21 de set. de 2013

FATOS CURIOSOS DA HISTÓRIA DA ARTE - A CONSAGRAÇÃO DE NAPOLEÃO.



Jacques-Louis David, pintor oficial da corte francesa, retratava acontecimentos do reino. O quadro A consagração do Imperador Napoleão I (1806-1807) levou um ano para ser finalizado e apresenta mais de cem figuras.
 

 
A Consagração de Napoleão - Jacques - Louis David (detalhe)
 
A imagem acima reproduz uma parte do grande quadro do pintor francês Jacques-Louis David.
Norteado pelos elementos simbólicos da imagem proposta, podemos perceber que embora Napoleão Bonaparte visse a Igreja com certa desconfiança, buscou o apoio do clero a fim de ampliar a legitimidade de seu governo. Isto se torna evidente, através da presença de integrantes da Igreja Católica, dentre eles, a sua liderança maior, o papa Pio VII.
Napoleão procurou dar à sua coroação o mesmo significado simbólico que teve a coroação de Carlos Magno, muitos séculos antes. Por isso, no ato de sua coroação, Napoleão entrou na catedral com a espada e usava o manto do imperador franco.
À semelhança de Carlos Magno, Napoleão também foi coroado em dezembro, mês do natal, e não poupou esforços para que a cerimônia fosse realizada com luxo e requinte. Napoleão e Josefina compareceram ao evento vestidos de veludo bordado e seda trabalhada em ouro e prata. A coroa de louros dourados, usada por Napoleão, evocava o esplendor da Roma Antiga.
Um pequeno detalhe, no entanto, tornou especial este dia inesquecível: na hora H, Napoleão surpreendeu a todos com o seu gesto: retirou a coroa das mãos do papa, deu as costas a ele e se auto-coroou “imperador dos franceses”. A seguir ele próprio coroou Josefina, sua esposa.
O pintor procurou fixar o exato momento em que Napoleão está prestes a coroar a si mesmo. Enquanto isso, a futura imperatriz aguarda ajoelhada. Ao coroar-se, Napoleão provavelmente quis dizer que nem o chefe da igreja estava acima dele. Aliás, perante a perfeição da obra analisada, não podemos deixar de destacar a feição de desaprovação contida no rosto do papa diante da atitude de Bonaparte.
Outro aspecto a ser lembrado aqui, refere-se a escolha de Jacques-Louis David. Esta sem dúvida não foi casual. Ele era o pintor oficial de Napoleão e adotava o estilo neoclássico. Ora, o neoclassicismo buscava inspiração nos temas da Roma e da Grécia antigas. Era, portanto, um estilo que desejava equiparar-se aos antigos imperadores romanos. A festa de coroação obedeceu a um ritual semelhante em tudo ao que era dedicado àqueles imperadores.

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