9 de fev. de 2015

BEATRICE WOOD – LIFE & LEGACY .

Beatrice Wood Art.

                 YOUNG AT HEART - BECAUSE TO LIVE IS AN ART.

Beatrice Wood - Young at heart.

"We learn from handicaps. They awaken energy which is needed to overcome them, and thus wisdom is born." – Beatrice Wood


Beatrice Wood.          

Conhecida como a mãe do Dadaismo¹, Beatrice Wood nunca poderia ser chamada de personagem comum. Ceramista talentosa, escritora, musa de grandes artistas e amante incondicional da vida. Sua figura inabitual levou o diretor James Cameron a criar a personagem de Rose Dewitt Bukater no filme Titanic. Beatrice Wood ainda ficou conhecida por suas posições anticonformistas o que inspirou o diretor não menos famoso François Truffaut em sua adaptação para “Jules e Jim”.


Gloria Stuart, Beatrice Wood, James Cameron.

Beatrice Wood - Kate Winslet (Rose DeWitt Bukater)

Beatrice Wood – Gloria Stuart (Rose DeWitt Bukater)

Jules et Jim – François Truffaut – 1962.

Ninguém que conheceu Beato (nome pelo qual era conhecida pelos amigos e com o qual assinava suas obras) poderia sentir menos que uma enorme admiração por ela e segundo os que por sua vida passaram de alguma forma, ela dispunha de uma alegria de viver e de um humor inigualáveis assim como de um coração amoroso e de uma casa de portas sempre abertas. Contagiante também era seu amor profundo pela arte em todas as suas vertentes.

                        Beatrice Wood criando em seu torno caseiro.

   Peça em cerâmica Beatrice Wood.


Beato tile, Picasso like.


Assinatura de Beatrice Wood–BEATO.


Beatrice Wood nasceu em três de março de 1893 na cidade de São Francisco, EUA, e, desde a mais tenra idade sua curiosidade pelas artes aflorava a olhos vistos. Mergulhou na pintura, no desenho, na escrita e no teatro antes de descobrir seu amor pela argila, o que a levou a ser uma das maiores ceramistas dos Estados Unidos. 

This 1893 photo shows the northeast view down the once-grand Mariposa Street leading to the old Fresno County Courthouse – San Fransisco.

Beatrice Wood - 1908.

                                         Cat by Beatrice Wood.                                                                                                    

Lovers Embracing – 1917.

Beatrice and Her 12 Children, 1917

          Beatrice... pourquoi?  - 1917

Vindo de uma família abastada convenceu seus pais a lhe darem apoio para iniciar sua carreira artística, e como falava francês perfeitamente se dirigiu a Paris onde estudou teatro na “Comédie-Française” assim como arte na famosa “Académie Julian” onde ainda teve aulas de História da Arte sob a tutela de Jules-Joseph Lefebvre, notório pintor francês. A primeira Guerra Mundial a obrigaria a retornar aos Estados Unidos, onde em companhia de Henri-Pierre Roché (escritor francês e autor do livro Jules et Jim – 1956)  e de Marcel Duchamp (pintor, escritor e poeta francês) viria a fundar em 1917, a revista de arte “The Blind Man”, que acabou por se converter em uma das primeiras publicações manifestantes do Movimento Dadaísta. Ainda participava das reuniões periódicas de apoiadores do movimento como a Man Ray, Francis Picabia, Walter e Louis Arensberg, o que lhe valeu o apelido de “Mama Dada” ou mãe do Dadaísmo.

Beatrice Wood - 1908.     
                            
           Sessão de modelo vivo na “Académie Julian” – Paris – França.


                          Jules-Joseph Lefebvre na “Académie Julian”.


    Henri Pierre Roché – autor de Jules et Jim.


Marcel Duchamp                

        The Blind Man cover -  Duchamp


Marcel Duchamp, Henri-Pierre Roché,                                                          Beatrice Wood 

Em 1930, viajou para a Europa com um amigo e adquiriu um conjunto em cerâmica persa de pratos e xícaras. Incapaz de encontrar um bule de chá que combinasse, encomendou então um bule de cerâmica persa a um antiquário e voltou aos EUA.  A encomenda demoraria a chegar o que fez ela se inscrever em uma classe de cerâmica na Hollywood High School, na esperança de fazer um bule ela mesma. Imediatamente descobriu sua afinidade com a argila e em 1947, ou seja, aos 54 anos após frequentar as aulas de cerâmica, onde encontrou sua verdadeira vocação, Beatrice se instalaria em uma charmosa casa em Ojai, na Califórnia, onde sua carreira de artista se desenvolveu e onde ela permaneceria até seu falecimento, nove dias após completar seus 105 anos em 12 de março de 1998, após uma vida vivida em plenitude.


                        Luster Plate - 1970.

Ceramic Tea Service          

   Beatrice Wood's Hands - creating with clay


Beatrice Wood Pottery Rare Orange                                           Natzler Volcanic Glazed Vase



Beatrice Wood - Ojai – California – 1960 e 1996.


                             Ceramic Vessel


Earthenware tea set                                                                volcanic glaze

          Suspicious Wife Plate, 1952


Casa de Beatrice Wood - Ojai  - California. Após sua morte se transformou no "Beatrice Wood Center for the Arts".

Beatrice Wood in her studio, c 1980.

Beatrice Wood self-portrait 1954.


Mosaic patio seating at the home of Beatrice Wood in Ojai, CA.

Durante sua rica vida converteu-se em membro vitalício da Sociedade Theosófica de Adyar, onde conheceu e teceu uma amizade de uma vida inteira com seu fundador: Jiddu Krishnamurti, filósofo, escritor e educador indiano; o que a levou a estudar teosofia na Bessant High School, e, mudaria sua compreensão de vida com profundidade. Em seu círculo de amizades extenso se incluem entre outros os nomes de personalidades como Edgar Varèse (compositor francês), Constantin Brâncuși (célebre escultor romeno), Anaïs Nin (autora francesa), Francis Picabia (pintor e poeta francês), Joseph Stella (pintor modernista italiano), Man Ray (fotógrafo e pintor), Gertrud e Otto Natzler (ceramistas famosos), Walter e Louise Arensberg (mecenas da arte).
Em 1960, Beatrice lecionou arte na “Happy Valley/Bessant Hill School”. Incentivada por sua amiga Anaïs Nin, publicou sua autobiografia em 1994 cujo título é “I Shock Myself”, e foi declarada pelo Instituto “Smithsonian Institution” como: “Estimada Artista Estadunidense”.

                          Beatrice Wood - Índia.


Krishnamurti, Radha, Beatriz Wood (Beato)


            Anaïs Nin e Beatrice Wood.


Constantin Brâncuși.                                        

Walter and Louise Arensberg with Beatrice Wood


Beatrice Wood teaching at Happy Valley School - 1960.

Beatrice Wood autobiography, I                                   Shock Myself

Como oleira e ceramista, Beatrice ficou fascinada desde o início pelo processo de vitrificação, e dedicou ao mesmo, muitos anos de estudos aprofundados aperfeiçoando a técnica ao longo de quinze anos e criando sua própria versão do esmalte brilhoso. No início, este esmalte adornava os conjuntos de jantar mais convencionais e estatuetas que ela criava para manter seu estúdio em execução, mas pelo início dos anos 1970, Beatrice já havia estabelecido uma reputação séria como artista plástica. 


     Trabalhando peça em torno de olaria.


Ceramic Service for Eight                                              1979.

 Coffee Break Glazed Earthenware


Glazed Jar.                      

                                    Glazed Bird.


Glazed Teapot (detail)


Beatos studio View - Ojai.

Seus estudos com os mestres ceramistas Getrud e Otto Natzler, viriam a deixar suas marcas, pois estes lhe incutiram a visão de observar os objetos feitos em cerâmica como verdadeiras obras de arte. Beatrice então deu inicio a uma elaboração mais complexa em seus trabalhos e como resultado era cada vez mais requisitada por marchands de galerias e museus para expor seus trabalhos.

           Gertrud e Otto Natzler


Blue Lustre Double Necked Bottle with                                               Braided Decoration 1969 - BEATO.


Beatrice Wood - Cat Plate



Beatrice Wood - Necklace                              

Beatrice Wood Vase 1950-1951 Earthenware, Lustre Glaze

       Woman and cat plate


Fish platter 1970

          Glazed Ceramic Vessel, 1960.



Cat Plate                           

                 Teapot glazed


Copper Red Rooster 1960.


Gold Fish Vase


Em testamento deixou sua casa e ateliê para a Fundação “Happy Valley” que em 2005 incorporou os mesmos abrindo o “The Beatrice Wood Center for the Arts”.



The Beatrice Wood Center for the Arts.

Uma mulher independente inclinada a dizer sempre o que quer que estivesse em sua mente, atribuía sua longevidade ao  chocolate, aos livros de arte e aos amantes. Vegetariana, não fumante e abstêmia, levava, porém um estilo de vida boêmio, rodeada de artistas e pessoas famosas. Ao longo de sua existência Beatrice Wood abraçou a sabedoria do Oriente assim como manteve sempre um pensamento positivo, uma forte ética de trabalho, um sentido dadaísta de humor e uma visão romântica da vida. Esta filosofia pessoal parecia apropriada, pois fez com que continuasse lúcida e trabalhando até o fim de seus dias em sua jornada terrena.

                             Lovers – Litografia


 Beato.                            

                                               Glazed Vase



Beatrice Wood at her living room.               

                Madonna Plate



Glazed Chalice.                                

Career Woman 


Glazed Plate                            

Miniature Vessels 1980.

“Do be true to yourself, whether it’s bad doesn’t matter. The important thing – you have to copy while you’re studying. And culture is – each of us – is like one pearl added to another to make a chain. We each contribute to the other. And that’s all right. But once you’re on your own, do that which comes from within.”- Beatrice Wood.

 Beato

¹Dadaismo -O dadaísmo ou movimento Dadá  foi um movimento artístico da chamada vanguarda artística moderna iniciado em Zurique, em 1916, durante a Primeira Guerra Mundial, no chamado Cabaré Voltaire. Formado por um grupo de escritores, poetas e artistas plásticos – dois deles desertores do serviço militar alemão – liderados por Tristan Tzara, Hugo Ball e Hans Arp. Embora a palavra dada em francês signifique "cavalo de madeira", sua utilização marca o non-sense ou falta de sentido que pode ter a linguagem. Para reforçar esta ideia, estabeleceu-se o mito de que o nome foi escolhido aleatoriamente, abrindo-se uma página de um dicionário e inserindo um estilete sobre ela, de forma a simbolizar o caráter antirracional do movimento, claramente contrário à Primeira Guerra Mundial e aos padrões da arte estabelecida na época. Em poucos anos o movimento alcançou, além de Zurique, as cidades de Barcelona, Berlim, Colônia, Hanôver, Nova York e Paris. Muitos de seus seguidores deram início posteriormente ao surrealismo, e seus parâmetros influenciam a arte até hoje.



Um comentário:

  1. O que se dizer de uma personalidade curiosa e fascinante como a de Beatrice Wood que fez da Irreverência sua arte.

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