"The
wells in the field have dried up
Nobody was sowing, plowing
The hungry year, as a black bird
Was flying over the exhausted land..."
Nobody was sowing, plowing
The hungry year, as a black bird
Was flying over the exhausted land..."
(from Village Folklore, 1920s).
"Os poços no
campo secaram
Ninguém estava semeando, arando
O ano de fome, como um pássaro preto
Foi voando sobre a terra esgotada ... "
(Tradição Folclórica da Vila, durante os anos de 1920).
Ninguém estava semeando, arando
O ano de fome, como um pássaro preto
Foi voando sobre a terra esgotada ... "
(Tradição Folclórica da Vila, durante os anos de 1920).
Entre 1932 e 1933, o regime comunista da União Soviética,
comandado pelo ditador Joseph Stalin, promoveu uma reestruturação na
agricultura, criando fazendas coletivas pouco eficientes e modificando os
ciclos produtivos. Esta colectivização
dos agricultores na década de 1930 teve resultados catastróficos em muitas
partes da União Soviética e, de acordo com muitos relatos as medidas
tiveram conseqüências trágicas na Ucrânia, onde aproximadamente quatorze milhões de
pessoas morreram de fome.
The Road of Sorrow - Nina Marchenko.
There is nothing - Daniel Nemyrovsky.
O Coletivismo total da agricultura imposto pelo Comitê
Central do partido comunista da União Soviética, em 1929, significava na prática forçar os agricultores a
abandonarem a sua propriedade privada em prol do governo. Muitos agricultores
ucranianos recusaram-se a cooperar. Mais de um milhão desses agricultores foram
arrancados de suas casas e jogados em campos de trabalho forçado, Gulags, na Sibéria.
Um grande número deles nunca voltou para casa.
Gulag - Vladimir Sergeyev Kutkin.
The Great Hunger - artist unknown.
O governo
soviético conseguiu matar entre sete e quatorze milhões de ucranianos antes e
durante o “Holodomor" que literalmente significa “morte pela fome” e, é aplicado especificamente aos acontecimentos
que tiveram lugar em territórios povoados pelos "ucranianos étnicos”. Seus
métodos foram forçar os camponeses e civís, incluindo crianças ao trabalho
escravo, execuções sumárias e morte por fome.
One cannot forget - Vira Kuleba-Barynova.
Em 1930, 25.000 militares comunistas soviéticos fortemente armados foram
enviados para a Ucrânia para perpetuar o coletivismo. Assim teve início o "Holodomor", a fome forçada. Uma vez que um agricultor abandonasse sua propriedade e fosse
trabalhar em uma fazenda coletiva, todos os seus pertences, incluindo
equipamentos, gado e colheitas, passariam a pertencer ao governo soviético. A partir de 1932, Stalin impôs aos
agricultures ucranianos, quotas de grãos impossíveis de serem alcançados nas
fazendas coletivas.
Everything belongs to the State - Artist unknown - Ukraine.
A impossibilidade para os agricultores cumprirem as quotas de grãos e alimentar suas famílias era de conhecimento total do Governo Soviético parecendo ser exatamente o objetivo do mesmo, assim como forma de punição pelo não alcançe das cotas e, segundo relatos, para dar início a eliminação étnica na Ucrânia; Moscou começou a enviar seus militares para as vilas onde procuravam de casa em casa por grãos escondidos. Bastava um punhado de grãos para que os camponeses perdessem também suas casas e fossem punidos por “Entesouramento de Bens de Propriedade do Estado”. Não demorou muito para que milhões de pessoas começassem a
morrer. Durante o Holodomor, houve momentos em que até 25 mil ucranianos
morriam de fome em um único dia. Muitos deles morríam nos campos, cercados por grãos
dos quais não eram autorizados a levar nada. Há relatos de sobreviventes
que dizem ter presenciado a execução
sumária de crianças que tentavam subtrair um punhado de grãos dos campos para
levar para mães ou pais que morriam de inanição em suas casas.
Where di you hide the Grain? - Mikhailo Ivanchenko - Ink on Paper.
Complete Collectivitazion - Volodymyr Kutkin.
Os soviéticos usaram
os grãos dos campos da Ucrânia para alimentar os trabalhadores em suas cidades, o que sobrou foi exportado. Em 1932, eles se apossaram de 18,1 milhões de toneladas de grãos a partir do
trabalho escravo dos agricultores pobres
da Ucrânia. Em 1933, eles levaram dez milhões de toneladas rumo a "Mother Russia". Há sinais que indicam de que as
sobras que não conseguiam exportar ficavam armazenadas em silos, na União
Soviêtica e em instalações militares, muitas vezes chegando a apodrecer
enquanto os ucranianos morriam
de fome.
Zemiilia (Earth) - Bohdan Pevny.
Ilko Myronenko Kosovytsia - Dead over Ukraine.
Ilko Myronenko era um professor em uma escola na
periferia de Kiev. Ele usou seus desenhos para contar a seus alunos sobre Holodomor (1932-1933 ), na Ucrânia.
Mother - Nina Marchenko.
O Holodomor tornou-se
recentemente amplamente reconhecido como um genocídio e crime contra a
humanidade. A maioria dos estudiosos concorda que foi uma tentativa deliberada
do Governo Soviético de, obviamente, acabar com a oposição camponesa na Ucrânia, porém os defensores
do sistema e ideologia soviéticos dirão que foi apenas uma decisão mal tomada
pelo partido. Na minha opinião e, creio que assim todos concordaremos, o “Holomodor”
foi um momento terrívelmente triste na história recente e deve ser lembrado
como tal. Que possamos aprender com os erros do passado para que os mesmos não
se repitam mais.
Kasimir Malevich - Peasant between a cross and a sword. - 1932.
Artist Vira Kuliba in front of her pinting "Unforgettable"
"Enquanto sua ideologia
identificar a principal fonte de males do mundo como um grupo definível, ela acabará por levar ao genocídio." - Steven Pinker.
1933 - Mykhailo Dmytrenko.
“Lembrem –se: não são apenas as pessoas más que cometem genocídio; todos nós
somos capazes disso.“ – James Lovelock.
The last road - Nina Marchenko
Those crows have flown - Ivan Novobranets Poltava
In the year of 1933 - Ivan Novobranets Poltava
Holodomor Genocide - Orysia Sinitowitch - Gorski.
“O que conecta dois
mil anos de genocídio? Muito poder em poucas mãos.” - Simon Wiesenthal.
Holomodor Memorial - Statue of emaciated girl.
"O poder é o camaleão ao contrário: todos tomam a sua cor." - Millôr Fernandes.
ResponderExcluir"Ninguém jamais toma o poder com a intenção de largá-lo. O poder não é um meio, é um fim em si. Não se estabelece uma ditadura com o fito de salvaguardar uma revolução. Faze-se a revolução para salvaguardar a ditadura." – 1984, George Orwell.
Sábias palavras!
Excluirque "reportagem" emocionante e essencial! Todo mundo fala do Hitler e esquece que Stalin não era nem um pouco menos anticrístico.
ResponderExcluirBrilhante exposição pictórica e textual ilustrativa da mais horrenda maldade humana, perpretada pela abjecta ideologia dos donos da verdade, para quem os fins justificam os meios.E não tenhamos ilusões: eles estão disseminados e mascarados, mas continuam por aí.
ResponderExcluir