Fauna
In La Mancha – Vladimir Kush.
O Surrealismo é um estilo de produção artística que se
caracteriza pela combinação daquilo que é abstrato, irreal, inconsciente,
onírico, considerado ilusão. Nessa perspectiva, tudo aquilo que nos regra ou
impõe normas é rejeitado pelo mesmo. É ele, pois, subversivo. O Surrealismo é a
luta pela retomada do tempo perdido dos sonhos, das fantasias e das ilusões.
Um
dos grandes nomes da arte surrealista foi sem sombra de dúvida, Salvador Dalí, que inspirou diversas gerações de artistas. Entre eles podemos observar sua
influência nas obras de Vladimir Kush.
Vladimir Kush nasceu em Moscou, na Rússia, em 29 de março de
1965. Quando perguntado sobre a primeira imagem que ele conseguia se lembrar de
pintura ou desenho, Kush respondeu: "A minha carreira como artista começou
quando eu era uma criança de 3 ou 4 anos. Meu pai era um matemático, mas também
apaixonado por pintura, design e arte. Toda minha família paterna costumava desenhar o tempo todo. Desde muito
cedo me incentivaram a desenhar e a pintar". Seus primeiros desenhos eram
esboços de cenas dos livros que seu pai lhe deu. "Eu me lembro que nas longas
noites de inverno eu tinha o hábito de me sentar no colo do meu pai que me
incentivava a terminar meus desenhos: um menino esquiando, um velho andando com a
bengala ... "
Kush relata que seu pai lhe inspirou a apreciar a conexão
integral entre a matemática e a arte, da mesma forma que o fizeram os antigos gregos, que consideravam ambas como sendo de um mesmo
nível, apreciadas como ciências profundas. Isto o fez perceber que o
significado da pintura, deveria sempre incluir uma explicação bastante clara,
de modo que o espectador pudesse aceitar o impossível, por meio de imagens
simples revelando as metáforas e capturando a essência do assunto através de significados
mais ou menos velados.
Fiery Dance by Vladimir Kush.
Sobre a obra:
“A flor flamejante e resplandecente como uma tocha nos
guia através das profundezas do tempo direto para os rituais do fogo dos tempos
pré-históricos. As danças circulares em volta das fogueiras clamam aos
espíritos poderosos que estes assegurassem o êxito na caça e nas guerras. Vemos
as mãos dos que circundam a fogueira,
unidas e levantadas aos céus como que apelando as forças cósmicas por
ajuda e proteção. A flor de fogo mágica e os movimentos circulares simbolizam o movimento das constelações ao redor do Sol.” – Vladimir Kush.
Vladimir era um menino sonhador, ligado à natureza, gostando
de estar ao ar livre sempre que lhe fosse possível. Observava as nuvens
passando por sobre a vastidão das estepes russas e se perguntava o que poderia
encontrar mais adiante. Imaginava como seria superar o espaço de milhares de
quilômetros para além da fronteira Norte do seu país, onde sabia existir o Mar
Branco, ou ainda de como seria vagar até a fronteira Sul, de encontro ao Mar
Negro, chamado de Pontus Euxinus, pelos antigos gregos.
I Saved My Soul - Vladimir Kush.
Sobre a obra:
Leão e Cordeiro, desde os tempos antigos simbolizam qualidades opostas, fenômenos de guerra e paz, ferocidade e mansidão, dureza e
suavidade... As imagens desta vez são introduzidas por Kush de forma diversa,
sob um novo ângulo de visão - misericórdia e expiação.
O leão liberando sua
vítima salva sua alma. Esta ideia se materializa em uma imagem monumental de um
leão de pedra, levantando a cabeça e virando os olhos fitando o céu. Lá, nas
alturas celestiais flutua uma nuvem (o manso cordeiro, o "Cordeiro de Deus").
Também sabemos que o leão e o cordeiro deitados juntos simbolizam a futura ”Idade de Ouro” ou o “Paraíso Recuperado”.
Desde muito pequeno já demonstrava seu amor e admiração
pelas flores e em sua infância cultivava plantas exóticas. Em uma entrevista
disse: “Imagine que há neve lá fora, mas em sua janela um Amarílis vermelho
está em plena floração. Ele é um enviado exótico dos países distantes! Amarílis é o nome de uma bela pastora,
descrito na poesia grega há mais de 2 mil anos atrás. Na verdade, essa flor
contém uma grande quantidade de poesia em si! Por isto gosto de representá-la.”
Amaryllis
– Vladimir Kush.
Sobre a obra:
Representando um espaço recluso o bulbo da Amarílis
simboliza o Paraíso. Longe dos olhos de estranhos, a partir do escuro da Terra,
o amor de um homem e uma mulher germina. O tempo vai passando e o broto do amor
se transforma em uma magnífica flor estendendo suas pétalas em direção ao céu.
A cor vermelha é o símbolo da paixão, do amor e da força vital.
Admirava e passou a retratar ainda as borboletas, por sua
habilidade e leveza de voo, sua liberdade, a representação da metamorfose
completa (símbolos da jornada da alma humana de acordo com várias culturas
diversas). Psiquê, deusa grega da alma, é retratada com asas de borboleta.
Sobre a obra:
Esta pintura é a metáfora da transitoriedade e da
fragilidade da própria vida humana. Apenas por um breve momento brilha a beleza
da borboleta, para desaparecer em seguida, desfalecida por toda eternidade, sob
os vidros da caixa de um colecionador. A figura do coletor é o próprio tempo,
que fez uma armadilha para o destino humano.
Aos sete anos enquanto
cursava a escola regular de manhã, a tarde estava matriculado na escola de artes onde se
familiarizou com as obras de grandes artistas do Renascimento, Impressionismo e
da Arte Moderna. Esta escola era uma escola experimental que permitia aos seus
alunos um pouco mais de liberdade e de expressão artísticas, nela teve a sorte
de ter professores que não tentaram força-lo ao academicismo, mas sim,
defenderam a liberdade de sua criatividade. Foi ali, aos quatorze anos que Kush
pintou seu primeiro quadro surrealista. Ele relataria mais tarde: “Devido a
restrições políticas e geográficas, fui forçado a viajar com a minha mente como
o fazem as crianças, e creio ter sido este fato um dos que mais moldaram a
minha percepção artística e voz interior”.
Other Words – Vladimir Kush.
Sobre a obra:
Tudo no mundo que nos rodeia está interligado, desde
planetas distantes do sistema solar até as minúsculas gotas de orvalho, os seus centros inter- relacionados. Os planetas
que estão em execução ao longo de suas órbitas sendo atraídos pelo Sol; a gota
de orvalho pendurada na folha da manhã sendo atraída pela Terra... A
compreensão de que a unidade interna traz a beleza e a ordem em nossa percepção
do mundo.
Sobre a obra:
Este quadro nos mostra o cérebro humano em formato de
concha onde a fronteira entre o consciente e o inconsciente flutuam ao nível do
mar. Acima do mar observamos casas iluminadas, formando uma parte pequena,
porém brilhante de nossa consciência - a parte visível de nosso cérebro, e ,
como um iceberg, a parte maior está afundada nas profundezas dos sentimentos
subliminares e instintivos.
Durante a adolescência Vladimir Kush era um admirador de Cézanne,
experimentando os diferentes estilos do Impressionismo até que em 1980 teve a
oportunidade de ter em suas mãos um livro de Salvador Dalí, que influenciaria
seu futuro artístico. Aos dezessete anos foi admitido como aluno no prestigiado
Instituto de Artes de Moscou, “Stroganov Academy“ (Stroganov Moscow State
Academy of Arts and Industry), após ter passado por exaustivas provas de
admissão na mesma. Um ano depois foi recrutado para o exército. Após seis
meses, porém seu comandante chegou à conclusão de que Vladimir seria mais bem
empregado para fins pacíficos e o designou para a elaboração de cartazes
propagandísticos. Após o término do serviço militar obrigatório, Vladimir se
graduou no Instituto de Belas Artes, passando a pintar quadros e a expô-los na “Arbat
Street”, conhecida como “El Arbat¹" a fim de poder ajudar no orçamento
familiar, já que eram tempos difíceis na Rússia, sob o jugo comunista da URSS.
No “El Arbat” teve a sorte de pintar o retrato de dois estrangeiros, um dos
quais era o Dr. Wolf, um oficial médico da embaixada americana, que mais tarde
o convidou, em 1989, para viajar aos EUA, e, em 1990, um conhecido o ajudou
na obtenção de vistos americanos.
Old
Arbat Street -Ramil Gappasov - oil on canvas.
Começou a mostrar seus trabalhos profissionais em 1987, aos
22 anos, em exposições organizadas pelo Sindicato dos Artistas Russos chamando a
atenção de funcionários da embaixada americana com seus trabalhos. Foi
convidado a pintar uma série de quadros para os mesmos, porém teve de declinar
a proposta porque a KGB suspeitava de seu envolvimento com os americanos,
acusando-o de espionagem, considerando seu interesse por livros proibidos na
URSS, nos tempos em que fazia o serviço militar.
Planet Sunflower – Vladimir Kush.
Coburg
– Alemanha.
Pouco depois foi convidado para participar de uma exposição
em Coburg, na Alemanha, junto com mais
dois outros artistas russos. Ali, vendeu quase todas as pinturas expostas (1990).
Sua genialidade e originalidade foram percebidas por um Marchand francês que
organizou uma exposição em Hong Kong no Mandarin Fine Art Gallery, em 1995,
superando todas as expectativas. Foi um verdadeiro sucesso. Em 1997, sua jornada
o levou a retornar aos EUA, onde havia residido anteriormente por um curto
período de tempo, porém agora exibindo seus trabalhos em Seattle e em Lahaina,
Havaí. O sonho do menino de ir além das fronteiras, em uma grande jornada pelo
mundo, finalmente havia se tornado realidade. Vladimir Kush, afinal, havia abraçado o mundo,
e depois de um tempo encontrou seu novo lar, ali, onde o grande oceano parecia
querer se fundir com o cosmos, na ilha havaiana de Maui. Em 2001, Vladimir
abriu sua primeira das quatro galerias de arte que possui hoje: a galeria "Kush Fine Art Gallery" em Laguna Beach, Califórnia. As outras três galerias se encontram em Las Vegas, Nevada; na ilha Maui, Havaí e em Lahaina, Havaí. Seus planos futuros são de expandir este número
de galerias mundo afora.
Kush
Fine Art gallery – Las Vegas, Planet Hollywood Way.
Também começou a estudar escultura rapidamente dominando
esta arte, transformando suas pinturas em obras tridimensionais. Sentiu esta
necessidade, pois as esculturas lhe permitiriam acrescentar mais uma dimensão
às suas ideias, comprovando sua teoria de que metáforas encontram-se não apenas
na forma de palavras e de pinturas (duas dimensões), bem como em esculturas e
joias (três dimensões).
Vladimir
Kush sculpting.
Twelve
– Sculpture – Vladimir Kush.
Ring Always Together - Gold and Diamond Ring.
Um surrealista contemporâneo, Vladimir Kush, classifica suas
obras como Realismo Metafórico. Sua arte é plena de simbolismos, nuances e
percepções daquilo que apenas se pode sentir ou imaginar, onde diferentes
objetos se fundem nos fazendo vislumbrar uma nova realidade.
Ascent
of Spirit – Vladimir Kush.
Sobre a obra:
O simbolismo desta obra é bastante transparente nos
mostrando a ascensão humana a fim de atingir seu ideal, e o aprendizado de seu
espírito ao transpor os degraus da escada.
As páginas do livro simbólico são as etapas de seu espírito. A pena de
ave e o vôo de Ícaro ilustram a ideia do livre revoar da mente e do espírito
humanos. A ideia de autoconhecimento surge do desenho de Leonardo da Vinci,
"O Homem Vitruviano". O desenho é muitas vezes utilizado como símbolo
de simetria do corpo humano, e mais à frente, do universo.
É um artista das metamorfoses, cujos traços ilusionistas, confundem
os nossos olhos propiciando a mutação dos elementos de modo a gerar outros
componentes imbuídos de novos significados. Uma suave melancolia permeia o seu trabalho,
uma espécie de sentimento subconsciente, herdado de seu passado artístico na
Rússia. O artista diria sobre seus trabalhos que “A imaginação não me é
revelada apenas onde o sol brilha tão brilhante, às vezes minha alma precisa do
sentimento do inverno sombrio, dos tons cinza azulados de Moscou”.
Arrow
Of Time – Vladimir Kush.
Sobre a obra:
A flecha cosmológica nos mostra que o tempo teve o seu
ponto zero, quando ocorreu o Big Bang e terá o seu fim, no Big Crunch (Grande
Colapso), quando o Universo e o tempo desaparecerão. Não obstante a pintura
representa simbolicamente as alterações não da história natural, mas da vida
humana. Uma flecha perfurando a ampulheta é um símbolo vivo de uma rápida
aceleração da história nos últimos cem anos. O tempo já não escoa feito areia
através do medidor da existência, mas escorre rapidamente em direção ao futuro,
destruindo em seu caminho muito daquilo que nos remete a estabilidade da vida,
a confiança no futuro, e a variedade cultural. Assim é imprescindível que cada
um de nós lembre, que toda e qualquer ação por menor que seja poderá ter um
impacto dramático sobre o futuro, ao qual damos o nome de “Efeito Borboleta”.
Nas obras de Kush podemos perceber um universo simbólico
repleto de significados que se revelam nas superfícies e nos recantos mais
profundos de cada imagem, de cada cor, revelando as diversas nuances que apenas
olhos sensíveis serão capazes de captar.
Reading
Lamp – Vladimir Kush.
Sobre a obra:
O Livro é uma
metáfora para a história da vida humana.
“Criamos uma relação entre o livro e nossas vidas quando nos referimos a um
evento significativo das mesmas, por exemplo: “Mais uma página foi escrita”,”A
cada dia temos uma nova página em branco para preencher"[...] - Vladimir Kush.
Ler um livro
muitas vezes nos tira o fôlego evocando nossa criatividade. Como símbolo, o marcador de borboleta deixa
fluir a nossa imaginação. A leitura requer atenção, solidão e silêncio,
secundada pelo contraste da luz da mente
em meio à escuridão.
Ao
fundo da obra lemos os seguintes escritos:
“Vita brevis,
ars vero longa, occasio autem praeceps, experientia fallax, judicium
difficile.” – Hipócrates.
Tradução
literal: “A vida é breve, a ciência é grande, o acaso é instável, a experiência
é enganosa e o julgamento é difícil.” – Hipócrates.
“Voluntas est
superior intellectu.”
Tradução
literal: “A vontade é superior ao intelecto.”
“Vox audita
perit littera scripta manet.”
Tradução
literal: “A palavra falada desaparece, a palavra escrita permanece.”
Always
Together – Vladimir Kush.
Sobre a obra:
Distanciando-se
e novamente se unindo, duas lâminas de uma tesoura simbolizam a união do
masculino e do feminino, ora reunidos em amor, ora despedindo-se em discussão.
A obra é baseada na comédia de Shakespeare "As esposas alegres de
Windsor", onde este pêndulo de sentimentos pode evoluir para uma dança
furiosa de um par de aços deixando para trás pilhas de cartas de amor em corte.
Suas imagens respeitam um simples princípio: seguir de forma
natural os caminhos e descaminhos da alma sem barreiras, tendo como fio
condutor apenas os limites de suas fantasias, de seus sonhos e de suas ilusões.
Journey
Along Of The Edge Of The Earth – Vladimir Kush.
Sobre a obra:
Esta pintura é dividida naturalmente em três partes, que
representam três elementos: o Céu, o Oceano e o Mundo Subterrâneo. Em primeiro
plano podemos vislumbrar a imagem do mundo subterrâneo, onde um fragmento de
rocha em forma de ovo gigante paira entre as saliências afiadas das falésias.
Ao fundo, avistamos nuvens em forma de pássaros voando. Ambos os planos
interligados se vinculam aos mitos polinésios da Criação da Terra a partir do
ovo posto no Oceano por uma ave gigante. Velas no mar e pássaros que pairam são
símbolos de vento, respiração e da alma humana. Sendo dispostas na direção
quase vertical, produzem a sensação do infinito cósmico do mundo ao seu redor.
Ao ser perguntado qual era o objetivo a ser alcançado em sua
arte, Kush respondeu: "Refletir o mundo através do espelho das metáforas – As metáforas
não pertencem apenas à comunicação linguística, também podem ser descobertas em
nossas vidas diárias, pois se destinam ao nosso subconsciente e aos nossos
sentimentos, dando asas à nossa imaginação, criando conexões entre duas coisas
aparentemente distintas. Já dizia Albert Einstein, a imaginação é mais
importante que o conhecimento. O conhecimento tem suas limitações, enquanto a
imaginação não tem limites".
Doors
Of Night – Vladimir Kush.
Sobre a obra:
Nos Labirintos
das mil e uma noites um templo antigo é iluminado por uma luz amarelo
esverdeada sobrenatural – a aura de um Poder Superior. O último guardião
caminha por entre a solene alameda de palmeiras para abrir os Portões da Noite. A luz das constelações purifica a mente e os sentidos, pois ele sabe que “se as
Portas da Percepção se revelassem, a universalidade apareceria ao homem tal
qual ela é, infinita” – (William Blake). E em falando aos céus ele ascende os
degraus da percepção (simbolizados pelas sombras das palmeiras) conduzindo-o ao
Deus onipresente e infinito.
A Metáfora
deixa a mente aberta para que esta perceba as semelhanças ocultas das coisas e
dos eventos, e quanto mais distantes estes forem um do outro, maior será o
efeito obtido.
O inesperado
da conexão e percepção súbitas nos tira o fôlego, tornando-se a verdadeira
medida do valor da pintura. Diferente da arte que nos deixa sem palavras (Realismo),
ou sugere que solucionemos um quebra-cabeça feito de símbolos (Surrealismo), a
arte metafórica une ambas desafiando nosso subconsciente com o simbolismo de
artefatos.
African
Sonata – Vladimir Kush.
Sobre a obra:
O toque de
trombeta dos elefantes é um som de regozijo que irrompe celebrando a ocasião da vida em si. Vozes das
criaturas se misturam a polifonia de exultação a alegria. Nada mais justo
serem os elefantes a liderarem esta sinfonia, pois quando o mundo era jovem,
estes seres possuíam a força e o poder sobre tudo, encarnando sabedoria, longevidade, fidelidade, tolerância e compaixão. O som é o
caminho para o cosmos, onde os timbres e vozes individuais são tão importantes
como toda a orquestra universal. Na tradição grega, uma lira feita de chifres
de antílope era o instrumento de Apolo, o deus da profecia e da música. De
acordo com a doutrina hindu, quando Krishna tocava flauta, o cosmos começou a
se mover e a criação do mundo começou.
Qualquer metáfora tem a sua própria história para contar.
Metáforas enxergam através dos séculos, revelando-nos as imagens do mundo e
conectando conceitos criados pela civilização. Ao mesmo tempo, a metáfora pode
facilmente refletir as complexidades da vida moderna, com sua ambiguidade e
suas contradições.
“Minha missão é encontrar um "paralelo" metafórico
para ambos, e ao criar o elemento de imprevisibilidade, viso abalar o espectador
e despertar nele sua natureza artística” - Vladimir Kush.
Moonwatch
– Vladimir Kush.
Sobre a obra:
“Duas coisas preenchem a minha alma com admiração e
alegria: o céu estrelado acima de mim, e a fibra moral dentro de mim”. (Immanuel Kant)
Desde os tempos antigos, o céu nunca deixou de nos
surpreender. Ao contemplar a lua inesperadamente descobrimos que é como se
estivéssemos a vislumbrar uma profunda e obscura fonte.
Seria possível que o
nosso olhar fosse capaz de avistar o lado obscuro da Lua, normalmente fora de
nosso alcance?
Abrindo caminhos ao fluxo coletivo de consciência da humanidade,
você talvez desperte as previsões de um antigo explorador das estrelas. Ele
acreditou que o lado oculto da lua fosse côncavo, partindo deste princípio, ele
concluiu que, um dia forças celestes inverteriam o eixo da Lua, e que sua luz
como que convergida por uma lupa gigante, queimaria a Terra. Mas a lua é antes
de tudo uma habitação abandonada.
Como
escreveu um poeta russo: “Observando a noite, sonhando acordado, a praça vazia,
sem o chafariz. Mas feitos da mesma pedra.” (Josef Brodsky).
Queremos acreditar
que não estamos sozinhos no Universo... A noite é profunda. As constelações
surgem no horizonte escuro. A face do equino é leve e bela, seu olhar se
direciona aos mundos distantes onde talvez uma manada de cavalos selvagens
paste em liberdade.
¹ Uma via de pedestres de aproximadamente um
quilômetro situada no centro histórico de Moscou. Existe pelo menos desde o
século XV, sendo assim uma das ruas mais antigas da capital russa.
"La existencia de la realidad es la cosa más misteriosa, más sublime y más surrealista que se dé" - Salvador Dalí.
ResponderExcluirVerdad! Gracias Aminah.
ResponderExcluirBem vindo sonhos, ilusões...Precisamos mais e mais....Parabéns Delia ! Muito interessante esta pesquisa !!! Bjs Muetti
ResponderExcluirMas que coisa eu ia fazer um trabalho para a escola mas não encontrei a obra A chave da paixão mas que site de bosta
ResponderExcluirAmei conhecer um pouco sobre as obras e a vida de Vladimir Kush. Gratidão por disponibilizar material tão rico!
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