O italiano Leonardo di ser Piero da Vinci nasceu no dia
15 de abril, no calendário Juliano, ou no dia 25 de abril, no calendário
gregoriano, de 1452.
Nascido em Anchiano uma aldeia nos arredores da cidade de Vinci, Leonardo veio de origem humilde. Ele nasceu de uma
relação fora do casamento de um abastado notário Ser Piero da Vinci com uma camponesa.
Não se sabe muito acerca da educação e formação do artista, no entanto, muitos autores afirmam que seu conhecimento não provinha de fontes tradicionais, mas sim, da observação pessoal e da aplicação prática de suas idéias, ao longo de sua vida. Leonardo da Vinci tornou-se uma das mentes mais célebres do Renascimento Italiano.
Portrait
of Leonardo by Francesco Melzi after 1510, red chalk on paper.
Adulto, foi uma personalidade polêmica no seu modo de vestir, e no comportamento chegou a ser denunciado por prática de sodomia, mas não foi condenado. Supõe-se que ele tenha sido homossexual, mas sua intimidade permanece misteriosa.
As descrições de contemporâneos de Leonardo e os seus retratos combinam-se para criar uma imagem de um homem alto, atlético e extremamente atraente. Os seus retratos mostram que, na velhice, usava o cabelo comprido num tempo em que a maioria dos homens o usava curto ou pelos ombros, e a barba curta ou a cara barbeada. A barba de Leonardo, por seu lado, descia-lhe até ao peito. Sua roupa era descrita como diferente, na escolha de cores vivas e de túnicas curtas, ao gosto dos mais novos, já que os homens da sua idade vestiam normalmente trajes compridos. A imagem de Leonardo, durante a velhice, foi recriada na estátua que se encontra no exterior da Galleria degli Uffizi, em Florença.
As descrições de contemporâneos de Leonardo e os seus retratos combinam-se para criar uma imagem de um homem alto, atlético e extremamente atraente. Os seus retratos mostram que, na velhice, usava o cabelo comprido num tempo em que a maioria dos homens o usava curto ou pelos ombros, e a barba curta ou a cara barbeada. A barba de Leonardo, por seu lado, descia-lhe até ao peito. Sua roupa era descrita como diferente, na escolha de cores vivas e de túnicas curtas, ao gosto dos mais novos, já que os homens da sua idade vestiam normalmente trajes compridos. A imagem de Leonardo, durante a velhice, foi recriada na estátua que se encontra no exterior da Galleria degli Uffizi, em Florença.
Estátua de Leonardo no exterior da Galleria degli Uffizi,
em Florença, baseada em descrições de contemporâneos do artista.
Foi um dos maiores gênios da humanidade, atuou como pintor, escultor, arquiteto, botânico, músico, engenheiro, cientista e geólogo, além de ter estudado anatomia, óptica e perspectiva, mas ainda assim, há vários fatos sobre ele que muitos desconhecem.
Como por exemplo, o fato de ele ser canhoto, e isto, em
uma época em que os canhotos eram tidos como enviados do diabo. Obstinado
continuou a escrever com a mão esquerda o que lhe causou alguns dissabores.
Além disso, Leonardo escrevia também da direita para a esquerda, sendo apenas
possível a leitura dos seus textos em frente a um espelho¹.
Texto em escrita invertida – Leonardo da Vinci
Desenho Homem
Vitruviano com escrita invertida – Leonardo da Vinci
Palavra “Spiegelschrift” (cuja tradução literal é "escrita espelhada"), escrita
de maneira invertida/espelhada.
Em cerca de seis mil páginas manuscritas que permaneceram
inéditas até a sua morte, há a mais fantástica coleção de invenções e soluções
de engenharia já imaginadas por um único homem: esboços de helicópteros,
submarinos, pára-quedas, veículos e embarcações automotoras, máquinas voadoras,
projetos minuciosos de tornos, máquinas perfuratrizes, turbinas, teares,
máquinas hidráulicas para limpeza e dragagem de canais, canhões, metralhadoras,
espingardas, bombas, carros de combate, pontes móveis entre outros.
Criações de Leonardo da Vinci.
Da Vinci fez o primeiro projeto de uma bicicleta muitíssimo
superior, em termos de solução de engenharia, às primeiras que seriam
fabricadas por volta de 1817. O sistema proposto por Leonardo tinha o pedal
ligado a uma roda dentada, que transmitia força à roda traseira por meio de uma
correia. A idéia seria adotada no começo do século XX. Sua bicicleta jamais foi
construída em seu tempo. O mesmo aconteceu com todos os seus outros inventos,
avançados demais para as possibilidades técnicas da época.
Leonardo era, porém conhecido principalmente como pintor.
Duas de suas obras, a Mona Lisa e A Última Ceia, estão entre as pinturas mais
famosas, mais reproduzidas e apreciadas de todos os tempos, e sua fama se compara
apenas à Criação de Adão, de Michelangelo. O desenho do Homem Vitruviano, feito
por Leonardo, também é tido como um ícone artístico e cultural.
Mona
Lisa ou La Gioconda, 1503-15061 Pintura a óleo sobre madeira de álamo,
localizada no museu do Louvre – Paris,
França.
The Last Supper /A Última Ceia (1495-1498), técnica mista
com predominância da têmpera e óleo sobre duas camadas de preparação de gesso
aplicadas sobre reboco (estuque). Localizada no Refeitório de Santa Maria delle
Grazie, Milão, Itália.
Homem Vitruviano - segundo a interpretação de Leonardo da
Vinci. Técnica: Lápis e tinta sobre papel.
Segundo relatos
Leonardo Da Vinci tinha dois defeitos incompatíveis entre si: era
perfeccionista e procrastinador (ou seja, postergava aquilo que tinha para
fazer). Isto fez com que deixasse de terminar várias de suas obras, pois
ao retomá-las lhe parecia que as mesmas não tinham ficado boas o suficiente, o
que às vezes o fazia colocá-las de lado definitivamente ou até se desfazer destas.
Adoration
/Adoração dos Magos - 1481-1482, Óleo e têmpera sobre madeira
Galleria degli
Uffizi, obra inacabada.
Pintura inacabada de São Jerônimo no Deserto - 1480 - Óleo e
têmpera sobre madeira, museu do Vaticano.
Como se não bastasse ser provavelmente um dos homens mais
inteligentes que já existiu, (Seu QI foi estimado entre 180 e 220, um índice
acima de 141 pontos já indica genialidade.) Freqüentemente foi descrito como o
arquétipo do homem do Renascimento, alguém cuja curiosidade insaciável era
igualada apenas pela sua capacidade de invenção.
Pouco conhecido também é o ofício com o qual, por vezes,
ganhava a vida, e pelo qual era apaixonado: o de cozinheiro, "alquimista dos
sabores" como ele denominava aqueles que dominavam as artes culinárias.
Só em 1981 o precioso Codex Romanoff foi descoberto, no
arquivo da família imperial russa, preservado no Museu Hermitage de São
Petersburgo (Leningrado). Nele, Leonardo
da Vinci costumava tomar nota de receitas e idéias sobre culinária e etiqueta.
O códice também mostra diversos projetos para máquinas, criadas e desenhadas
por ele, como auxiliares no trabalho de cozinha. Estes são dispositivos
absolutamente surpreendentes. Do “esticador” da massa de espaguete para o
moedor de pimenta, inspirado na torre Sforza, este manuscrito nos traz uma fonte
incrível, não só pela tradição culinária italiana do século XVI, mas também é
um espelho que reflete uma outra faceta de seu gênio!
Máquina de abrir massa de espaguete - Leonardo da Vinci.
Fatiadora de ovos - Da Vinci.
Embora a culinária de Da Vinci apresentasse uma
grande diversidade de pratos que passam de carne de foca a pernas de Rã, ele
era um vegetariano convicto. Entre os pratos favoritos de Leonardo estavam a sopa
de grão de bico, o pudim de amêndoa,
figos fritos e feijão, além das muitas maneiras de se preparar polenta de
aveia (o milho ainda não era conhecido), prato que levava sua assinatura na
“Taberna dos três Caracóis”, onde realizava um trabalho extra como garçom aos
17 anos, enquanto também era aprendiz do mestre Verrocchio (escultor, pintor,
engenheiro, ourives e matemático de Florença).
Foi inovador
ainda quanto a características e técnicas de suas receitas. Iniciou um novo
estilo de apresentação e preparação de alimentos, quando junto com seu amigo
Sandro Boticelli abriu uma pousada que se chamava “A pegada das três rãs”. Colocou mesas
pequenas e serviu pequenas porções de pratos sofisticados e muitos vegetais,
com uma apresentação da atual "Nouvelle Cuisine" incomum na época, porém própria
dele e de sua finesse. Eles fracassaram, porque a sociedade se negava a
considerar como almoço uma fatia de pão torrado com uma anchova enrolada
artisticamente.
Eis um trecho de um de seus
cadernos em relação à saúde e o cozinhar:
“Se quiser ser saudável observe este regime.
Não coma quando não tem apetite e jante
alimentos leves,
Mastigue bem e atente para que tudo aquilo
que ingere
Seja bem-preparado e de ingredientes simples.
Aquele que toma a medicina é mal aconselhado
Cuidado com raiva e evite o ar abafado.
Fique de pé por um tempo quando você se
levantar após uma refeição.
Certifique-se de não dormir ao meio-dia.
Deixe o seu vinho ser misturado com água,
tome pouco de cada vez
Não entre as refeições, nem com o estômago
vazio.
Não demore e nem prolongue a sua visita à
casa de banho.
Se fizer exercícios, não deixe que sejam
muito extenuantes.
Não deite com o estômago para cima e sua
cabeça em posição
inclinada para baixo
Certifique-se de estar bem coberto a noite,
Mantenha a cabeça descansada e a mente
alegre.
Evite libertinagem e mantenha esta dieta.”
- Leonardo da Vinci.
Leonardo sempre amou a natureza. Nas proximidades da sua
casa de infância haviam montanhas, árvores, rios e animais selvagens. Este ambiente
de juventude terá estado na origem do interesse de Leonardo pela natureza, lhe
proporcionado as condições perfeitas para observação e estudo do mundo natural
e, talvez, da pintura. Teve
uma grande paixão por cavalos que, mais tarde, foram objeto de magníficos
estudos.
Study
of Horses and Rider – Leonardo da Vinci.
O amor de Leonardo pelos animais está documentado em relatos dos seus contemporâneos, nas suas biografias mais antigas e nos seus livros de notas. Contrariamente aos costumes da época, Leonardo chegou mesmo a questionar a moralidade de comer animais quando tal não era indispensável à saúde. Coerente com as suas idéias, Leonardo tornou-se vegetariano, numa época em que as carnes eram consideradas essenciais em uma alimentação farta e um indicativo de posição e status social. Também há relatos de que em dia de feiras onde eram vendidos animais, os comprava em quantidade para dar-lhes liberdade.
Study
of cats and other animals, 1513 – Leonardo da Vinci.
Mas seu grande atributo talvez tenha sido “o olhar”, pois
observando buscava a representação fiel da natureza usando todo o conhecimento
possível como ferramenta, fosse a matemática, a medicina ou o que mais
aparecesse. Para ele, os olhos eram a principal via do conhecimento – o que
fazia da pintura a mais elevada de todas as artes. Explorou ao máximo a
capacidade que os olhos têm de perceber a luz e as sombras, a posição e a
distância, o movimento e o repouso das coisas; sondou tudo o que podia com seu
olhar. De suas análises sobre os efeitos da atmosfera sobre uma paisagem, criou
normas rigorosas de perspectiva. Definiu, por exemplo, o quanto a imagem dos
objetos ao fundo de uma cena deveria ter as cores e os contornos suavizados
para passar a impressão de profundidade. Tudo com uma precisão matemática. Ele
ainda observou atentamente os movimentos do mundo – da água, das nuvens, das
folhas, dos animais e, claro, do homem. Além dos desenhos de anatomia humana,
fez dezenas de esboços de cavalos galopando, gatos repousando e cães se
coçando. Enfim, em nome da arte, Da Vinci tirou de cada momento da vida uma
cena digna de ser representada em detalhes. Para ele, a pintura era uma
ciência.
Old Man with Water
Studies, Leonardo da Vinci c. 1513, possible self-portrait.
“Ele foi o maior curioso da história”, escreveu o
historiador inglês Kenneth Clark, autor de uma das mais respeitadas biografias
de Da Vinci. De fato, Leonardo nunca deixava de questionar o como e o porquê
das coisas.
A morte o encontrou, num dia de maio de 1519, angustiado com
a idéia de que a alma, fosse lá o que fosse, só poderia existir num corpo vivo.
Para Da Vinci, o Universo seria regido por leis harmoniosas – vida e morte se
complementariam. E ele tinha consciência de que não estava imune a essas leis:
“Quando pensava estar aprendendo a viver, eu também estava aprendendo a
morrer”.
Leonardo da Vinci - Salvator Mundi -1499.
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