25 de set. de 2014

80.000 VISUALIZAÇÕES

Arte Gráfica de Vanessa C. Calado.

"Eu não quero que a vida imite a arte. Eu quero que a vida seja arte." - Ernst Fischer

“I don’t want life to imitate art. I want life to be art.” - Ernst Fischer

"Non voglio che la vita imita l'arte. Voglio la vita di essere arte." - Ernst Fischer

"No quiero que la vida imita al arte. Quiero que la vida sea arte." - Ernst Fischer

"Ich will nicht, dass das Leben die Kunst imitiert. Ich möchte dass das Leben  Kunst sei." -  Ernst Fischer

"Je ne veux pas que la vie imite l'art. Je veux que la vie soit l'art." - Ernst Fischer


18 de set. de 2014

ANDRES AMADOR – A IMPERMANÊNCIA DA ARTE.

Sand Art by Andres Amador.

SAND ART

Playa Painting by Andres Amador.

“Para mim minha arte são mais do que apenas desenhos na areia, porque ao fazê-los sinto uma elevação do espírito, uma luz interior se manifestando” – Andres Amador.


Andres Amador.

Ao longo da história, a evolução da arte pode ser rastreada através das obras de artistas visionários que foram pioneiros de uma nova forma de expressão artística. Um deles é o artista Andres Amador. Aos 41 anos, este americano que tem suas raízes ancestrais fincadas no Equador, país andino na América Latina, fez da Califórnia seu lar transformando as lindas praias de São Francisco onde vive em obras de arte efêmera. Andres diz que o que o motivou a praticar este tipo de arte foi seu estudo de mandalas e da arte dos símbolos inerentes a toda e qualquer cultura, elevando seu nível de percepção interior e espiritual. Em suas viagens se inspirou na geometria sagrada dos círculos de Crop¹ ou círculos Ingleses.

Crop Circles.

Sand Art - Mandala – Andres Amador at work.

Sand Art - Mandalas (Finished Work).

Inspirado por formas geométricas, fractais, que são como que partes da construção de algo maior, só vistos à distância, sua arte literalmente vai ganhando vida nas poucas horas em que, criando formas na areia, precisa correr contra o tempo, uma vez que a maré tem horário certo. Usa a praia inteira como tela, revolvendo cuidadosamente a areia, com nada mais que um ancinho e uma vara, seguindo um esboço criado por ele anteriormente, proporcionando beleza. Muitas vezes, cria suas obras à luz da lua cheia, quando a maré se encontra mais baixa oferecendo-lhe um pouco mais de superfície arenosa. Normalmente costuma usar a topografia natural da praia para inserir nela seus desenhos criando autênticos jardins zen feitos de areia.

Andres Amador going to work.

Andres Amador at work.

Andres Amador painting on Sand.


Andres Amador in the midst of his finished work.

Some sketches created by Andres Amador.

Sand Art - Andres Amador.

“Comecei a ver os caminhos da energia representados nos padrões encontrados na natureza, os padrões de vida que se expressa. A arte que surgiu então foi uma representação da energia que eu vivenciei. Os padrões encontrados na natureza sugerem vida, os fractais são frações de um todo muito maior e espiritual. Então tive o ímpeto de traduzir tudo isto em arte gráfica, porém viva, orgânica e efêmera tal qual a natureza. A praia é uma tela incrível, embora não muito confiável, pois está diferente a cada vez que a visito. Amo o fato de poder fazer da natureza meu atelier, deixando ao encargo do oceano preparar meu local de trabalho a cada dia de modo diverso.” diz Andres.

Organic Sand Art By Andres Amador.

Sand Art by Andres Amador been washed away by the Ocean.


Fractal Sand Art - Andres Amador.

A impermanência da sua arte é um lembrete constante de sua própria mortalidade e do estado de todas as coisas na vida. A própria escala de seus desenhos, nos deixa perplexos, pois que recobrem a praia como um todo, por alguns momentos, por algumas horas, para desaparecer pouco a pouco engolidas pelas ondas do mar.

The impermanence of Sand  Art - Andres Amador.


  And the Ocean is erasing the Sand Art which remains only in the soul of the beholder.

Fractals by Andres Amador.


Creio que somos todos atraídos por suas formas já que há algo que reconhecemos quase que atavicamente como sagrado em sua geometria, algo que transcende nossas vidas comuns, que nos leva além, de encontro ao que somos de verdade, algo que eleva nossa energia levando-nos a perfeição, a comunhão com a natureza distanciando-nos da realidade confusa de nossa existência humana.
Para os povos antigos, criar o triângulo perfeito através da intersecção de três círculos era um ato místico, tão perfeito que era como poder ver a mente de Deus, que no final pode ser considerada absoluta, e assim sendo, estes símbolos passam a representar o divino.


 Sand Art - Andres Amador.

Sand Art - Andres Amador.

Sand Art - Andres Amador.



Andres diz esperar que sua arte acabe por lembrar as pessoas de como a vida é maravilhosa, porém frágil, convidando-os a dirigirem seu olhar para dentro de si mesmos onde encontrarão  todas as respostas da vida.

Sand Art - Andres Amador.


“A mensagem de qualquer obra de arte especial vem através de seu próprio tempo e modo. Desta forma, a minha arte tem realmente influenciado a minha própria consciência.” – Andres Amador.

Meditating.


¹ São desenhos formados em plantações com complexidade e perfeição matemática incrível, aparecem de um dia para o outro e ninguém escuta, vê ou ouve nada. Como principais características, as genuínas formações possuem uma energia capaz de alterar a estrutura molecular da planta sem danificá-la. As próprias moléculas de água se agrupam formando a figura geométrica correspondente a cada Pictograma. Não há corte da plantação, somente quebras na base, de forma a “deitar” cada unidade para formar espaços em meio à plantação.
Formam lindos padrões geométricos circulares altamente complexos e de grande simbolismo místico, como cruzes, mandalas, estrelas, pentagramas, borboletas, animais (insetos), entre muitos outros. O fenômeno se concentra na Inglaterra com 80% de “Crop Circles” produzidos no sul em uma área denominada "Triângulo Místico", cujos vértices seriam os sítios de Stonehenge, Avebury e Glastonsbury. Geralmente aparecem onde se cruzam linhas magnéticas da terra. Possuem um profundo efeito espiritual em visitantes e pesquisadores.


Sugiro os seguintes vídeos sobre o artista:




79.000 VISUALIZAÇÕES

                                                      Arte Gráfica por Vanessa C. Calado.


“A ideia não é viver para sempre, mas sim criar algo que seja imortal” – Andy Warhol

"The idea is not to live forever but to create something that is immortal" - Andy Warhol

"La idea no es vivir para siempre, sino crear algo que es inmortal" - Andy Warhol

"Die Idee ist nicht, ewig zu leben, sondern  etwas, das unsterblich ist,  zu erzeugen" - Andy Warhol

"L'idea non è vivere per sempre, ma di creare qualcosa che è immortale" - Andy Warhol


“L'idée n'est pas de vivre pour toujours, mais de créer quelque chose qui est immortel" - Andy Warhol

9 de set. de 2014

78.000 VISUALIZAÇÕES

Arte Gráfica gentilmente cedida por Bruno C. Calado.

"Quem obtêm sucesso muito cedo, começa a copiar a si mesmo" -Friedensreich Hundertwasser

“Quien tiene éxito demasiado temprano, empieza a copiarse a si mismo”  - Friedensreich Hundertwasser

"Chi ha successo troppo presto, comincia a copiare se stesso" -Friedensreich Hundertwasser

"Celui qui réussit trop tôt, commence à se copier"  -Friedensreich Hundertwasser

"Wer zu früh Erfolg hat, fängt an sich selbst zu kopieren"  -Friedensreich Hundertwasser

"Whoever succeeds too early, begins to copy itself"  -Friedensreich Hundertwasser



5 de set. de 2014

VLADIMIR KUSH – SONHO E ILUSÃO

Fauna In La Mancha – Vladimir Kush.

O Surrealismo é um estilo de produção artística que se caracteriza pela combinação daquilo que é abstrato, irreal, inconsciente, onírico, considerado ilusão. Nessa perspectiva, tudo aquilo que nos regra ou impõe normas é rejeitado pelo mesmo. É ele, pois, subversivo. O Surrealismo é a luta pela retomada do tempo perdido dos sonhos, das fantasias e das ilusões.


Aries The Sheep - sculpture by Vladimir Kush.


Um dos grandes nomes da arte surrealista foi sem sombra de dúvida, Salvador Dalí, que inspirou diversas gerações de artistas. Entre eles podemos observar sua influência nas obras de Vladimir Kush.


Salvador Dalí.

Vladimir Kush.

Vladimir Kush nasceu em Moscou, na Rússia, em 29 de março de 1965. Quando perguntado sobre a primeira imagem que ele conseguia se lembrar de pintura ou desenho, Kush respondeu: "A minha carreira como artista começou quando eu era uma criança de 3 ou 4 anos. Meu pai era um matemático, mas também apaixonado por pintura, design e arte. Toda minha família paterna costumava desenhar o tempo todo. Desde muito cedo me incentivaram a desenhar e a pintar". Seus primeiros desenhos eram esboços de cenas dos livros que seu pai lhe deu. "Eu me lembro que nas longas noites de inverno eu tinha o hábito de me sentar no colo do meu pai que me incentivava a terminar meus desenhos: um menino esquiando, um velho andando com a bengala ... "


Vladimir Kush and his parents.

Kush relata que seu pai lhe inspirou a apreciar a conexão integral entre a matemática e a arte, da mesma forma que o fizeram os antigos gregos, que consideravam ambas como sendo de um mesmo nível, apreciadas como ciências profundas. Isto o fez perceber que o significado da pintura, deveria sempre incluir uma explicação bastante clara, de modo que o espectador pudesse aceitar o impossível, por meio de imagens simples revelando as metáforas e capturando a essência do assunto através de significados mais ou menos velados.

Sunset Stillness by Vladimir Kush.

Fiery Dance by Vladimir Kush.

Sobre a obra:

“A flor flamejante e resplandecente como uma tocha nos guia através das profundezas do tempo direto para os rituais do fogo dos tempos pré-históricos. As danças circulares em volta das fogueiras clamam aos espíritos poderosos que estes assegurassem o êxito na caça e nas guerras. Vemos as mãos dos que circundam a fogueira,  unidas e levantadas aos céus como que apelando as forças cósmicas por ajuda e proteção. A flor de fogo mágica e os movimentos circulares simbolizam o movimento das constelações ao redor do Sol.” – Vladimir Kush.


Vladimir era um menino sonhador, ligado à natureza, gostando de estar ao ar livre sempre que lhe fosse possível. Observava as nuvens passando por sobre a vastidão das estepes russas e se perguntava o que poderia encontrar mais adiante. Imaginava como seria superar o espaço de milhares de quilômetros para além da fronteira Norte do seu país, onde sabia existir o Mar Branco, ou ainda de como seria vagar até a fronteira Sul, de encontro ao Mar Negro, chamado de Pontus Euxinus, pelos antigos gregos.

I Saved My Soul - Vladimir Kush.

                                       Sobre a obra:

Leão e Cordeiro, desde os tempos antigos simbolizam qualidades opostas, fenômenos de guerra e paz, ferocidade e mansidão, dureza e suavidade... As imagens desta vez são introduzidas por Kush de forma diversa, sob um novo ângulo de visão - misericórdia e expiação. 
O leão liberando sua vítima salva sua alma. Esta ideia se materializa em uma imagem monumental de um leão de pedra, levantando a cabeça e virando os olhos fitando o céu. Lá, nas alturas celestiais flutua uma nuvem (o manso cordeiro, o "Cordeiro de Deus"). Também sabemos que o leão e o cordeiro deitados juntos simbolizam a futura ”Idade de Ouro” ou o “Paraíso Recuperado”.


Desde muito pequeno já demonstrava seu amor e admiração pelas flores e em sua infância cultivava plantas exóticas. Em uma entrevista disse: “Imagine que há neve lá fora, mas em sua janela um Amarílis vermelho está em plena floração. Ele é um enviado exótico dos países distantes! Amarílis é o nome de uma bela pastora, descrito na poesia grega há mais de 2 mil anos atrás. Na verdade, essa flor contém uma grande quantidade de poesia em si! Por isto gosto de representá-la.”

Amaryllis – Vladimir Kush.

Sobre a obra:

Representando um espaço recluso o bulbo da Amarílis simboliza o Paraíso. Longe dos olhos de estranhos, a partir do escuro da Terra, o amor de um homem e uma mulher germina. O tempo vai passando e o broto do amor se transforma em uma magnífica flor estendendo suas pétalas em direção ao céu. A cor vermelha é o símbolo da paixão, do amor e da força vital.


Music of the Woods – Vladimir Kush.

Admirava e passou a retratar ainda as borboletas, por sua habilidade e leveza de voo, sua liberdade, a representação da metamorfose completa (símbolos da jornada da alma humana de acordo com várias culturas diversas). Psiquê, deusa grega da alma, é retratada com asas de borboleta.

One Day in Live – Vladimir Kush.


Sobre a obra:

Esta pintura é a metáfora da transitoriedade e da fragilidade da própria vida humana. Apenas por um breve momento brilha a beleza da borboleta, para desaparecer em seguida, desfalecida por toda eternidade, sob os vidros da caixa de um colecionador. A figura do coletor é o próprio tempo, que fez uma armadilha para o destino humano.

Aos sete anos enquanto cursava a escola regular de manhã, a tarde estava matriculado na escola de artes onde se familiarizou com as obras de grandes artistas do Renascimento, Impressionismo e da Arte Moderna. Esta escola era uma escola experimental que permitia aos seus alunos um pouco mais de liberdade e de expressão artísticas, nela teve a sorte de ter professores que não tentaram força-lo ao academicismo, mas sim, defenderam a liberdade de sua criatividade. Foi ali, aos quatorze anos que Kush pintou seu primeiro quadro surrealista. Ele relataria mais tarde: “Devido a restrições políticas e geográficas, fui forçado a viajar com a minha mente como o fazem as crianças, e creio ter sido este fato um dos que mais moldaram a minha percepção artística e voz interior”.


Other Words – Vladimir  Kush.

Sobre a obra:

Tudo no mundo que nos rodeia está interligado, desde planetas distantes do sistema solar até as minúsculas gotas de orvalho, os seus centros inter- relacionados. Os planetas que estão em execução ao longo de suas órbitas sendo atraídos pelo Sol; a gota de orvalho pendurada na folha da manhã sendo atraída pela Terra... A compreensão de que a unidade interna traz a beleza e a ordem em nossa percepção do mundo.

Above the Sea Level – Vladimir Kush.

                                      
                                                  Sobre a obra:


Este quadro nos mostra o cérebro humano em formato de concha onde a fronteira entre o consciente e o inconsciente flutuam ao nível do mar. Acima do mar observamos casas iluminadas, formando uma parte pequena, porém brilhante de nossa consciência - a parte visível de nosso cérebro, e , como um iceberg, a parte maior está afundada nas profundezas dos sentimentos subliminares e instintivos.


Durante a adolescência Vladimir Kush era um admirador de Cézanne, experimentando os diferentes estilos do Impressionismo até que em 1980 teve a oportunidade de ter em suas mãos um livro de Salvador Dalí, que influenciaria seu futuro artístico. Aos dezessete anos foi admitido como aluno no prestigiado Instituto de Artes de Moscou, “Stroganov Academy“ (Stroganov Moscow State Academy of Arts and Industry), após ter passado por exaustivas provas de admissão na mesma. Um ano depois foi recrutado para o exército. Após seis meses, porém seu comandante chegou à conclusão de que Vladimir seria mais bem empregado para fins pacíficos e o designou para a elaboração de cartazes propagandísticos. Após o término do serviço militar obrigatório, Vladimir se graduou no Instituto de Belas Artes, passando a pintar quadros e a expô-los na “Arbat Street”, conhecida como “El Arbat¹" a fim de poder ajudar no orçamento familiar, já que eram tempos difíceis na Rússia, sob o jugo comunista da URSS. No “El Arbat” teve a sorte de pintar o retrato de dois estrangeiros, um dos quais era o Dr. Wolf, um oficial médico da embaixada americana, que mais tarde o convidou, em 1989, para viajar aos EUA, e, em 1990, um conhecido o ajudou na obtenção de vistos americanos.


Stroganov Moscow State University of Arts and Industry.

Old Arbat Street  -Ramil Gappasov -  oil on canvas.  


Começou a mostrar seus trabalhos profissionais em 1987, aos 22 anos, em exposições organizadas pelo Sindicato dos Artistas Russos chamando a atenção de funcionários da embaixada americana com seus trabalhos. Foi convidado a pintar uma série de quadros para os mesmos, porém teve de declinar a proposta porque a KGB suspeitava de seu envolvimento com os americanos, acusando-o de espionagem, considerando seu interesse por livros proibidos na URSS, nos tempos em que fazia o serviço militar. 


Full Moon Games – Vladimir Kush.


Planet Sunflower – Vladimir Kush.


Coburg – Alemanha.


Pouco depois foi convidado para participar de uma exposição em Coburg, na Alemanha, junto com mais dois outros artistas russos. Ali, vendeu quase todas as pinturas expostas (1990). Sua genialidade e originalidade foram percebidas por um Marchand francês que organizou uma exposição em Hong Kong no Mandarin Fine Art Gallery, em 1995, superando todas as expectativas. Foi um verdadeiro sucesso. Em 1997, sua jornada o levou a retornar aos EUA, onde havia residido anteriormente por um curto período de tempo, porém agora exibindo seus trabalhos em Seattle e em Lahaina, Havaí. O sonho do menino de ir além das fronteiras, em uma grande jornada pelo mundo, finalmente havia se tornado realidade. Vladimir Kush, afinal, havia abraçado o mundo, e depois de um tempo encontrou seu novo lar, ali, onde o grande oceano parecia querer se fundir com o cosmos, na ilha havaiana de Maui. Em 2001, Vladimir abriu sua primeira das quatro galerias de arte que possui hoje: a galeria "Kush Fine Art Gallery" em Laguna Beach, Califórnia. As outras três galerias se encontram em Las Vegas, Nevada; na ilha Maui, Havaí e em Lahaina, Havaí. Seus planos futuros são de expandir este número de galerias mundo afora. 


Kush Fine Art gallery.


Kush Fine Art gallery – Las Vegas, Planet Hollywood Way.

Kush Fine Art gallery – Las Vegas - Indoor.

Também começou a estudar escultura rapidamente dominando esta arte, transformando suas pinturas em obras tridimensionais. Sentiu esta necessidade, pois as esculturas lhe permitiriam acrescentar mais uma dimensão às suas ideias, comprovando sua teoria de que metáforas encontram-se não apenas na forma de palavras e de pinturas (duas dimensões), bem como em esculturas e joias (três dimensões).

Vladimir Kush sculpting.

Always Together – Sculpture by Vladimir Kush.


Candle - Sculpture – detail – Vladimir Kush.


Walnut of Eden – Sculpture – Vladimir Kush.


Twelve – Sculpture – Vladimir Kush.


Twelve – Sculpture – Vladimir Kush.


Arrow of Time  - Silber Earrings with Sapphires – Vladimir Kush.


Ring Always Together - Gold and Diamond Ring.


Leaf - Silver pendant with Diamond and White Topaz tear drop on leather string.


Um surrealista contemporâneo, Vladimir Kush, classifica suas obras como Realismo Metafórico. Sua arte é plena de simbolismos, nuances e percepções daquilo que apenas se pode sentir ou imaginar, onde diferentes objetos se fundem nos fazendo vislumbrar uma nova realidade. 


Ascent of Spirit – Vladimir Kush.

Sobre a obra:

O simbolismo desta obra é bastante transparente nos mostrando a ascensão humana a fim de atingir seu ideal, e o aprendizado de seu espírito ao transpor os degraus da escada.  As páginas do livro simbólico são as etapas de seu espírito. A pena de ave e o vôo de Ícaro ilustram a ideia do livre revoar da mente e do espírito humanos. A ideia de autoconhecimento surge do desenho de Leonardo da Vinci, "O Homem Vitruviano". O desenho é muitas vezes utilizado como símbolo de simetria do corpo humano, e mais à frente, do universo.


É um artista das metamorfoses, cujos traços ilusionistas, confundem os nossos olhos propiciando a mutação dos elementos de modo a gerar outros componentes imbuídos de novos significados. Uma suave melancolia permeia o seu trabalho, uma espécie de sentimento subconsciente, herdado de seu passado artístico na Rússia. O artista diria sobre seus trabalhos que “A imaginação não me é revelada apenas onde o sol brilha tão brilhante, às vezes minha alma precisa do sentimento do inverno sombrio, dos tons cinza azulados de Moscou”.


Arrow Of Time – Vladimir Kush.

Sobre a obra:

A flecha cosmológica nos mostra que o tempo teve o seu ponto zero, quando ocorreu o Big Bang e terá o seu fim, no Big Crunch (Grande Colapso), quando o Universo e o tempo desaparecerão. Não obstante a pintura representa simbolicamente as alterações não da história natural, mas da vida humana. Uma flecha perfurando a ampulheta é um símbolo vivo de uma rápida aceleração da história nos últimos cem anos. O tempo já não escoa feito areia através do medidor da existência, mas escorre rapidamente em direção ao futuro, destruindo em seu caminho muito daquilo que nos remete a estabilidade da vida, a confiança no futuro, e a variedade cultural. Assim é imprescindível que cada um de nós lembre, que toda e qualquer ação por menor que seja poderá ter um impacto dramático sobre o futuro, ao qual damos o nome de “Efeito Borboleta”.


Nas obras de Kush podemos perceber um universo simbólico repleto de significados que se revelam nas superfícies e nos recantos mais profundos de cada imagem, de cada cor, revelando as diversas nuances que apenas olhos sensíveis serão capazes de captar.


Reading Lamp – Vladimir Kush.

Sobre a obra:



O Livro é uma metáfora para a história da  vida humana. 

“Criamos uma relação entre o livro e nossas vidas quando nos referimos a um evento significativo das mesmas, por exemplo: “Mais uma página foi escrita”,”A cada dia temos uma nova página em branco para preencher"[...] - Vladimir Kush.

Ler um livro muitas vezes nos tira o fôlego evocando nossa criatividade. Como símbolo, o marcador de borboleta deixa fluir a nossa imaginação. A leitura requer atenção, solidão e silêncio, secundada pelo contraste da  luz da mente em meio à escuridão.

Ao fundo da obra lemos os seguintes escritos:

“Vita brevis, ars vero longa, occasio autem praeceps, experientia fallax, judicium difficile.” – Hipócrates.

Tradução literal: “A vida é breve, a ciência é grande, o acaso é instável, a experiência é enganosa e o julgamento é difícil.” – Hipócrates.

“Voluntas est superior intellectu.”

Tradução literal: “A vontade é superior ao intelecto.”

“Vox audita perit littera scripta manet.”

Tradução literal: “A palavra falada desaparece, a palavra escrita permanece.”


Always Together – Vladimir Kush. 


Sobre a obra:

Distanciando-se e novamente se unindo, duas lâminas de uma tesoura simbolizam a união do masculino e do feminino, ora reunidos em amor, ora despedindo-se em discussão. A obra é baseada na comédia de Shakespeare "As esposas alegres de Windsor", onde este pêndulo de sentimentos pode evoluir para uma dança furiosa de um par de aços deixando para trás pilhas de cartas de amor em corte.


Suas imagens respeitam um simples princípio: seguir de forma natural os caminhos e descaminhos da alma sem barreiras, tendo como fio condutor apenas os limites de suas fantasias, de seus sonhos e de suas ilusões.


Journey Along Of The Edge Of The Earth – Vladimir Kush.

Sobre a obra:

Esta pintura é dividida naturalmente em três partes, que representam três elementos: o Céu, o Oceano e o Mundo Subterrâneo. Em primeiro plano podemos vislumbrar a imagem do mundo subterrâneo, onde um fragmento de rocha em forma de ovo gigante paira entre as saliências afiadas das falésias. Ao fundo, avistamos nuvens em forma de pássaros voando. Ambos os planos interligados se vinculam aos mitos polinésios da Criação da Terra a partir do ovo posto no Oceano por uma ave gigante. Velas no mar e pássaros que pairam são símbolos de vento, respiração e da alma humana. Sendo dispostas na direção quase vertical, produzem a sensação do infinito cósmico do mundo ao seu redor.


Ao ser perguntado qual era o objetivo a ser alcançado em sua arte, Kush respondeu: "Refletir o mundo através do espelho das metáforas – As metáforas não pertencem apenas à comunicação linguística, também podem ser descobertas em nossas vidas diárias, pois se destinam ao nosso subconsciente e aos nossos sentimentos, dando asas à nossa imaginação, criando conexões entre duas coisas aparentemente distintas. Já dizia Albert Einstein, a imaginação é mais importante que o conhecimento. O conhecimento tem suas limitações, enquanto a imaginação não tem limites".  



Doors Of Night – Vladimir Kush.

                                                     Sobre a obra:

Nos Labirintos das mil e uma noites um templo antigo é iluminado por uma luz amarelo esverdeada sobrenatural – a aura de um Poder Superior. O último guardião caminha por entre a solene alameda de palmeiras para abrir os Portões da Noite. A luz das constelações purifica a mente e os sentidos, pois ele sabe que “se as Portas da Percepção se revelassem, a universalidade apareceria ao homem tal qual ela é, infinita” – (William Blake). E em falando aos céus ele ascende os degraus da percepção (simbolizados pelas sombras das palmeiras) conduzindo-o ao Deus onipresente e infinito.


A Metáfora deixa a mente aberta para que esta perceba as semelhanças ocultas das coisas e dos eventos, e quanto mais distantes estes forem um do outro, maior será o efeito obtido.
O inesperado da conexão e percepção súbitas nos tira o fôlego, tornando-se a verdadeira medida do valor da pintura. Diferente da arte que nos deixa sem palavras (Realismo), ou sugere que solucionemos um quebra-cabeça feito de símbolos (Surrealismo), a arte metafórica une ambas desafiando nosso subconsciente com o simbolismo de artefatos. 


African Sonata – Vladimir Kush.


                                                      Sobre a obra:

O toque de trombeta dos elefantes é um som de regozijo que irrompe  celebrando a ocasião da vida em si. Vozes das criaturas se misturam a polifonia de exultação a alegria. Nada mais justo serem os elefantes a liderarem esta sinfonia, pois quando o mundo era jovem, estes seres possuíam a força e o poder sobre tudo, encarnando sabedoria, longevidade, fidelidade, tolerância e compaixão. O som é o caminho para o cosmos, onde os timbres e vozes individuais são tão importantes como toda a orquestra universal. Na tradição grega, uma lira feita de chifres de antílope era o instrumento de Apolo, o deus da profecia e da música. De acordo com a doutrina hindu, quando Krishna tocava flauta, o cosmos começou a se mover e a criação do mundo começou.


Qualquer metáfora tem a sua própria história para contar. Metáforas enxergam através dos séculos, revelando-nos as imagens do mundo e conectando conceitos criados pela civilização. Ao mesmo tempo, a metáfora pode facilmente refletir as complexidades da vida moderna, com sua ambiguidade e suas contradições. 
“Minha missão é encontrar um "paralelo" metafórico para ambos, e ao criar o elemento de imprevisibilidade, viso abalar o espectador e despertar nele sua natureza artística” - Vladimir Kush.


Moonwatch – Vladimir Kush.

Sobre a obra:

“Duas coisas preenchem a minha alma com admiração e alegria: o céu estrelado acima de mim, e a fibra moral dentro de mim”. (Immanuel Kant)



Desde os tempos antigos, o céu nunca deixou de nos surpreender. Ao contemplar a lua inesperadamente descobrimos que é como se estivéssemos a vislumbrar uma profunda e obscura fonte. 
Seria possível que o nosso olhar fosse capaz de avistar o lado obscuro da Lua, normalmente fora de nosso alcance? 
Abrindo caminhos ao fluxo coletivo de consciência da humanidade, você talvez desperte as previsões de um antigo explorador das estrelas. Ele acreditou que o lado oculto da lua fosse côncavo, partindo deste princípio, ele concluiu que, um dia forças celestes inverteriam o eixo da Lua, e que sua luz como que convergida por uma lupa gigante, queimaria a Terra. Mas a lua é antes de tudo uma habitação abandonada.
Como escreveu um poeta russo: “Observando a noite, sonhando acordado, a praça vazia, sem o chafariz. Mas feitos da mesma pedra.” (Josef Brodsky). 
Queremos acreditar que não estamos sozinhos no Universo... A noite é profunda. As constelações surgem no horizonte escuro. A face do equino é leve e bela, seu olhar se direciona aos mundos distantes onde talvez uma manada de cavalos selvagens paste em liberdade.


¹ Uma via de pedestres de aproximadamente um quilômetro situada no centro histórico de Moscou. Existe pelo menos desde o século XV, sendo assim uma das ruas mais antigas da capital russa. 


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