29 de out. de 2012

ARTE & CIÊNCIA: UMA RAZÃO SENSÍVEL


DIVINA PROPORÇÃO - PROPORÇÃO ÁUREA - NÚMERO DE OURO -
NÚMERO DE DEUS - PARTE UM


Você já parou para observar que o crescimento de uma planta, assim como tudo na natureza, segue uma regra? E se eu te disser que esta regra é matemática, que foi primeiramente estudada por Leonardo de Pisa, conhecido como Fibonacci. Pois é, esta lei é conhecida como a “Equação Áurea” ou “Retângulo Áureo”.

LEONARDO DE PISA - FIBRONACCI

A proporção áurea (número de ouro ou número áureo) é uma constante real algébrica irracional denotada pela letra grega PHI e com o valor arredondado a três casas decimais de 1,618. Como é um número extraído da sequência de Fibonacci, o número áureo representa diretamente uma constante de crescimento. A parte da explicação puramente matemática você poderá encontrar seguindo os links abaixo relacionados, a matemática realmente nunca foi o meu forte então deixo esta explanação para aqueles que fazem dela a sua arte.
Existem estudos que apontam a beleza, ou o conceito de perfeição passando pela Proporção Áurea. Podemos observar a Divina Proporção no comportamento da refração da luz, dos átomos, no canto das baleias, no marfim dos elefantes, nas plantas, na proporção das conchas do caramujo marinho Nautilus, nas ondas no oceano, nos furacões, nas espirais das galáxias, no corpo dos seres humanos (o tamanho das falanges, ossos dos dedos por exemplo) entre inúmeros outros exemplos que envolvem a ordem do crescimento. O fascínio pelo Número de Ouro data de mais de 2.000 anos. Os "antigos" aperceberam-se que a arte e a arquitetura baseadas na Razão de Ouro, eram harmoniosas e muito agradáveis à vista. Com certeza uma boa razão para ter despertado o interesse de artistas, arquitetos, projetistas e músicos ao longo da história da arte. A proporção áurea está inserida no mundo por uma razão matemática existente na natureza.
Fibonacci numbers - The Fingerprint of God (em inglês)
The Fibonacci Sequence (mesmo vídeo acima, porém legendado)
Ao assistirmos o vídeo acima começamos a perceber que existe consciência em cada partícula, em cada bloco de construção da matéria onde cada consciência individualizada segue seu próprio propósito de realização formando assim o Universo físico que nós conhecemos. Este é o verdadeiro milagre da vida, que se encontra em todas as coisas. Aparentemente separadas, porém unidas por uma força inegável, que a tudo conecta.


O romance da arte com a ciência dos números, figuras e funções, ultrapassa a história da arte, se você considerar nessa matemática, a produção estética encontrada na Mãe Natureza. Basta apenas saber observar:

CRISTAL DE GELO


COLMEIA DE ABELHAS


FOLHA


As plantas e árvores se desenvolvem por algoritmos, a espiral da concha no Nautilus cresce na proporção da razão áurea, a seção de um favo de mel tem o formato hexagonal que permite o máximo de armazenamento, os cristais apresentam uma delicada simetria. Os exemplos são numerosos, onde beleza e eficiência andam de mãos dadas.






Ainda na Botânica, podemos nos fazer as seguintes perguntas: Por que as margaridas tem geralmente 34, 55, ou 89 pétalas? Por que as pinhas tem 8 diagonais num sentido e 13 no outro? Por que o girassol tem 21 espirais para um lado e 34 para o outro? A verdade é que os biólogos não estão de acordo sobre qual a razão para toda essa "numerologia". Entretanto, é espantoso que todos esses números tenham relação com a série de Fibonacci e, consequentemente, a razão áurea.


Girassol, o centro é marcando com um ponto. Pode-se ver que as sementes parecem formar espirais a curvar tanto para a direita como para a esquerda. Se contar essas espirais que partem da direita, a partir da borda da figura, são 34. Para o outro lado quantas são? Verá que esses dois números são vizinhos na série de Fibonacci.


A concha do caramujo Nautilus – A proporção em que cresce o raio do interior da concha desta espécie de caramujo. Este molusco bombeia gás para dentro de sua concha repleta de câmaras para poder regular a profundidade de sua flutuação.



Em uma rosa, a ocorrência do Número de Ouro pode ser notada na disposição de suas pétalas. Elas separam-se por ângulos que são frações de Φ (Phi). Essa disposição permite arranjar as pétalas de forma compacta e maximizar a sua exposição à luz
.
Os arranjos das folhas de algumas plantas em torno do caule são números de Fibonacci. Com este arranjo, todas as folhas conseguem apanhar os raios solares de igual forma. Quando chove, o escoamento da água torna-se também mais fácil.


Se observados os flocos de neve, todos diferem uns dos outros, mas o padrão hexagonal básico, de seis faces, é comum a todos eles pois segue a equação Áurea.


Até hoje a Razão Áurea é considerada a mais perfeita das proporções.Será tudo isso apenas uma coincidência, um capricho da natureza, ou é prova viva de que, afinal de contas Shakespeare tinha razão .


" Há mais mistérios entre o céu e a terra do que possa imaginar a nossa vã filosofia"





25 de out. de 2012

EXPOSIÇÃO ATELIER FAZENDO ARTE DMC

VI SALÃO “MÃOS QUE MOLDAM, MÃOS QUE PINTAM, MÃOS QUE CRIAM”.



 
O ATELIER FAZENDO ARTE DMC estará participando da VI Exposição de Trabalhos Artísticos ARTE VIVA. O Coquetel de abertura da mostra será no dia 6 de novembro (3ª feira) às 19:30, permanecendo a exposição até o dia 9 de novembro, sempre no horário das 14h às 20h, no salão Àgora, da Faculdade FA7, localizada na Rua Alm. Maximiniano da Fonseca,1395, Fortaleza, Ceará.
Alguns produtos expostos serão comercializados. Que tal presentear com Arte neste Natal?
 
 
Oratórios
 

                                                                Cerâmicas


                                         Objetos de decoração

                                    Estaremos esperando a sua visita!

                   Veja a localização do evento (A) no mapa a seguir:


 

23 de out. de 2012

4000 VISITAS !

 
 
  Meu agradecimento muito especial a você, sem sua presença não teríamos chegado até aqui!

My very special thanks to you, without your presence we would not have gotten this far!

Mein ganz besonderer Dank an Sie, ohne Sie wären wir nicht so weit gekommen!


Mi ganz spezielle Dank a Euch aui, ohni Euch wäre mir nie eso wit cho!

Je remercie tout spécialement à vous, sans vous tous, nous n'aurions jamais eu aussi loin!

Mi agradecimiento muy especial a usted, sin vos no hubiéramos llegado tan lejos!

17 de out. de 2012

A ARTE DA DESTRUIÇÃO

 

  "O que me preocupa não é o barulho dos maus, mas sim o silêncio dos bons".
    (Albert Einstein)
O que se esconde em cada um de nós?  Porque, em certas ocasiões nosso passado está tão distante das atitudes que temos em nosso presente? Às vezes, percorremos caminhos que em pouco se assemelham com o percurso que o futuro nos reserva. Em 1909, um pequeno jovem que buscava um sonho
mudou-se para Viena, capital Austríaca, cidade que abrigava a conceituada Academia de Artes. Seu nome a esta altura desconhecido, seria lembrado como um dos mais marcantes do séc. XX.
Pergunto-me: Como dentro de um ser humano hediondo capaz de requintes de perversidade inenarrável, capaz de ordenar um genocídio sem esboçar o menor remorso, poderia vir a surgir em algum momento de sua vida uma sensibilidade artística resultando nas aquarelas e quadros que veremos a seguir?
 
 
Para tal, será necessário colocarmos de lado, apenas por um momento, a aversão natural que o nome deste personagem nos causa. Gostaria de deixar bem claro também aos meus leitores, que de forma alguma este POST significa uma apologia ao Nazismo, a Hitler ou ao Holocausto cometido sob suas ordens. Serão imediatamente removidos quaisquer comentários enaltecendo os mesmos. Estou sendo movida apenas e unicamente pela curiosidade natural, por um questionamento de como a arte, atividade humana ligada a manifestações de ordem estética, comunicativa, realizada a partir da percepção, das emoções e das idéias, da qual eu admiro todas as suas formas e nuances, pode ter vindo a fazer parte da vida de Adolf Hitler.
 
                                 
                                                   Adolf Hitler quando pequeno.


Talvez a sua não aceitação pela Academia de Artes em Viena, que o levou ao amadorismo, e a rotina desgostosa de venda de quadros a turistas paulatinamente fizeram desaparecer o Hitler artista, dando lugar ao Hitler "Senhor da Guerra".
Ficará para sempre no ar a pergunta: e se ele tivesse sido admitido na Academia? Será que a história do século XX teria sido diferente? Creio que nunca obteremos essas respostas, mas pelo menos como apreciadores da arte, vislumbremos algumas de suas aquarelas e telas.
 












 
                                                            Hitler's self portrait
                                    

 
Hitler's self portait (detail)
 

 
                                                             Maritime Nocturno

"A escuridão não pode expulsar a escuridão, apenas a luz pode fazer isso. O ódio não pode expulsar o ódio, só o amor pode fazer isso". (Martin Luther King)
Fica aqui também o meu profundo respeito e pesar por todas as vidas ceifadas  no Holocausto. Shalom! Peace! Paix! Pace! Salaam! Frieden! Vrede! Paz
 
 


15 de out. de 2012

DIA DO PROFESSOR - HYPATIA DE ALEXANDRIA


                            A VERDADEIRA MORTE É A IGNORÂNCIA. (PITÁGORAS)

Em 370 d.C Hipátia nasce em Alexandria, Egito, o centro cultural do ocidente na época. Era filha do matemático Theon de Alexandria. Encorajada pelo pai, estudou Matemática e Astronomia na Academia, em Alexandria, onde se tornou professora depois de visitar a Grécia e a Itália, ali seu raciocínio elevado impressionou todos que a conheceram.

 
 
 

Aos trinta anos, torna-se diretora da Academia e escreve comentários sobre trabalhos matemáticos existentes. Seu trabalho é conhecido pela correspondência que trocou com o professor Sinésio de Cirene. Ela desenvolveu um Hidrômetro (instrumento para medir o peso específico dos líquidos) e um Astrolábio (para uso na Astronomia e na navegação). Embora muito admirada pela inteligência, sua adesão à idéia de um universo regido pelas leis da matemática fez dela uma herética para os chefes cristãos. Em Alexandria o político romano Orestes admira o trabalho de Hipátia, mas sua rivalidade com o bispo Cirilo exacerba a discórdia a respeito dela.

 
 
 
Aos 45 anos, num dia em que voltava para casa numa carruagem, Hipátia foi detida por um grupo enorme de monges, arrastada para dentro da igreja e torturada até a morte. Seu corpo foi esquartejado e queimado. Cirilo torna-se patriarca de Alexandria e começa a perseguir os judeus e seguidores dos ensinamentos do filósofo grego Platão (427 a.c.-347 a.c.).
 
 
                                   The School of Athens, Raffaello Santi (1483-1520)

Fica aqui minha homenagem não apenas a esta mulher corajosa, inteligente e grande mestra, mas também a todos aqueles que fizeram da arte de ensinar uma arte. Um Feliz Dia dos Professores.

14 de out. de 2012

CORUJAS, MITOLOGIA E ARTE


MIDNIGHT OWL - LARISSA CALADO
ATELIER FAZENDO ARTE DMC
 
CORUJAS NA MITOLOGIA E NA ARTE
Sempre admirei as corujas, pela beleza, pelo silêncio em que cruzam o céu noturno, pelo olhar misterioso. Meu Totem indígena é a coruja, e ao escolher minha casa, um dos motivos foi uma linda coruja branca que habitava uma centenária Tamarindeira que está em meio ao meu jardim.
 
As corujas são certamente as mais emblemáticas das aves, com os seus olhos enormes e simetria agradável levam consigo um quê de sagrado. A coruja tem sido associada à sabedoria, ao conhecimento, e às vezes, erroneamente a morte. A energia da coruja é simbolicamente associada com a clarividência, à projeção astral assim como a magia. Ela pode ver o que não vemos, e isso é a essência da verdadeira sabedoria. A coruja é chamada de águia noturna em muitas rodas medicinais nativas. Na tradição dos índios norte-americanos fala-se que a coruja mora no leste, lugar de iluminação.


OWL WISDOM OMEN - NATIVE AMERICAN

Algumas culturas as vêem, no entanto, como símbolos do mal e da morte. Na Roma antiga ouvir o pio da coruja era presságio de falecimento iminente. Com o tempo, porém estas crendices foram sendo desmistificadas, uma vez que, é sabido hoje, que ao serem velados os corpos das pessoas falecidas, ascendiam-se velas, o que iluminava a escuridão, as corujas piavam por sentirem-se incomodadas com esta luz que clareava seu habitat natural, à noite.

                                      ROMAN OWL MOSAIC

De personificação de deusas à porta-voz da morte, esta ave mexe com o imaginário das mais variadas civilizações. Estou pesquisando de como esta linda ave vem sendo retratada através dos tempos dentro da História da Arte e da Mitologia e gostaria de dividir aquilo que venho descobrindo e um pouco do que já sei com vocês.
 
BARN OWLS - BRUNO CALADO
ATELIER FAZENDO ARTE DMC
 
A mais antiga representação de uma coruja de que se tem notícia, foi feita na caverna de Chauvet, um dos sítios arqueológicos mais importantes do mundo situados na França, mais precisamente em Ardèche, e data de 32.000 anos atrás. Estes animais não eram caçados pelos povos paleolíticos, o que sugere que eles foram pintados por motivos religiosos ou propósitos decorativos.
                                           CHAUVET CAGE PETROGLYPH - OWL
As Corujas aparecem ainda nos hieróglifos e arte egípcios desde 3.200 a.C. Os egípcios acreditavam que, Ísis, deusa egípcia da maternidade e fertilidade, protetora da natureza e da magia, tomava para si a forma da coruja nas noites de luar. Na cultura realizaram uma grande variedade de papéis simbólicos e representaram a desgraça, a morte, a prosperidade e a sabedoria.

HIERÓGLIFO EGÍPCIO

                                   
                             FAYANCE INLAY, OWL FORM 525 - 305 A.C

 
                                           ISIS AND THE OWL
“Criatura da noite” uma expressão que no idioma hebraico significa "Lilith", fez com que as corujas ficassem conhecidas no misticismo hebraico pelo nome de "Lilith", a deusa da prostituição e fertilidade do judaísmo, que também é uma “deusa-coruja” e que, mais tarde, teve seu nome mudado pelos rabinos para “Shekináh”. Abaixo podemos ver uma estátua babilônica em terracota atribuída a Lilith de 1.500 - 2.000 a.C.

 
LILITH GODDESS

                 THE SHEKINAH GLORY ENTERS THE TABERNACLE ANSWER

Na Babilônia teve origem o mito da deusa Lilith. O mito foi citado pela primeira vez no épico Gilganesh, escrito em 2000 a.C. Lilith era uma linda jovem com pés de coruja, que denunciavam sua vida notívaga. Ela era uma Deusa - coruja, uma ave da curiosidade, que dava aos homens a tão desejada realização de seus sonhos. Também, acreditava-se que amuletos em forma de coruja davam as parturientes um bom parto.

LILITH BABYLON
 
Os romanos também acreditavam que, antes da batalha, quando uma coruja sobrevoava os soldados, era um sinal de vitória. Para elevar o moral das tropas, um general romano soltou corujas que pousaram sobre os elmos e escudos dos legionários. As tropas, animadas, capturaram Cartago em 310 a.C.
Coruja em latim é denominada Noctua, a ave da noite e acreditava-se que por voar tão silenciosamente a luz do luar estava sempre próxima aos deuses.
 
 
GODDESS MINERVA WITH HER OWL

 
ONE OF THE RAREST EXAMPLE OF ANCIENT ROMAN CERAMIC ART, DATING AROUND 300 A.D
Dentre as civilizações pré-colombianas, a civilização Maia é a mais antiga, datada de 2.600 anos a.C. seguida pela civilização Asteca e Inca. Em sua arte já se retratavam as corujas. O totem era o símbolo do qual acreditavam descender diretamente. As características particulares de seus totens relacionavam-se com as matizes comportamentais da tribo, família ou vila. Na verdade os povos andinos pré-colombianos consideravam-se ligados por sangue e alma a seus totens. Além dos outros animais como o puma, o jaguar e o condor, o mocho real (tipo de coruja) era cultuado por sua beleza e a coruja comum pelo seu poder de enxergar na escuridão.

 OWL -  KUHF TOTEM MAYAN PRE COLOMBIAN



GOLD OWL, PRE COLOMBIAN

Na cultura Moche a coruja simbolizava à guerra, guerreiros, caçadores e predadores, retratada muitas vezes em objetos de ouro puro, usados como adornos pelos guerreiros.


MOCHE CERAMIC POT VESSEL IN FORM OF AN OWL
    
         MOCHE GOLD ORNAMENT, OWL, JEQUETEPEQUE VALLEY, PERU
 


STAFF HEAD WITH OWL, 5TH- 10TH CENTURY, COLOMBIA
 
Para os povos indígenas do México a coruja traz o vento frio do Norte (o vento suave do Sul é originado pela borboleta). A coruja  foi chamada de "mensageira do senhor da terra dos mortos", e voa livremente  entre estes dois mundos.



MEXICAN OWL
 
Durante a História da Humanidade, as corujas simbolizaram o conhecimento e a sabedoria. Este é o caso da coruja na Grécia antiga. Os gregos consideravam a noite como o momento do pensamento filosófico e da revelação intelectual e a coruja, por ser uma ave noturna, acabou representando essa busca pelo saber.


GREEK GODDESS OF WISDOM WITH HER OWL
A coruja e, especificamente, a "Pequena Coruja" (Athene noctua), era símbolo da deusa Atena. Um dos cognomes da Deusa Atena é "Glaukopis", significando olhos brilhantes. Etimologicamente, esta palavra deriva de "Glaucos" significando brilhante, e "Ops", que significa olho. É digno de nota que a palavra "Glaux" (coruja) tem a mesma raiz, aparentemente devido aos olhos exclusivos do pássaro. Então, o pássaro que vê na escuridão está intimamente associado à Atena, (Minerva para os romanos), a deusa da sabedoria. Atena foi retratada com sua ave sagrada nos Tetradracmas atenienses, moedas cunhadas em várias versões por cerca de 400 anos. A pequena coruja também mantinha um olho no comércio ateniense, do verso dos Tetradracmas. A coruja foi protegida e habitava a Acrópole em grande número, acreditando se trazer vitória nas batalhas.

ATHENA AND HER OWL DEPICTED ON A GREEK ATTIC WARE LEKYTHOS DATING FOM 490 - 480 BC AT THE METROPOLITAN MUSEUM OF ART, NEW YORK.
 

CHOUETTE ARMÉE ENOCHOÉ DES ANTHESTÉRIES ATTIQUE À FIGURES ROUGES VERS 410 - 390 AV.J.C. GRÈCE


 
                              GREEK TETRADRACHM  ATHENA AND HER OWL
Na cerâmica protocorintia (725-650 a.C ), grega, podemos ver as corujas reperesentadas. A cerâmica protocorintia tinha como motivos ornamentais básicos os frisos com animais e cenas bélicas, em escala reduzida, própria para a decoração de pequenos vasos como aríbalos e pixides.

 OWL-SHAPED PROTOCORINTHIAN ARYBALLOS, CA. 630 BC

VASE WITH OWL IN DELOS MUSEUM GREECE

Na China, alguns povoados as associavam a relâmpagos, por isso confeccionavam efígies, tipo de estatuetas, retratando corujas, que eram espalhadas pelas casas para invocar a proteção contra raios. Também faziam brinquedos em forma de corujas que denominavam "darumas", e que tinham o objetivo de proteger as crianças contra doenças infecciosas.
 
 
ANCIENT CHINA OWL EFFIGIES


ANCIENT CHINESE OWL ART




CHINA SPECIAL EDITION PORCELAIN ATHENA OWL,
FROM ROYAL CROWN DERBY


CHINES DARUMA OWL
 
Ainda lhe atribuem o predomínio do princípio "yang", o que a tudo intensifica. Mas, por ver no escuro e ser considerada séria e dada a meditação, é também um símbolo de sabedoria que atravessa a escuridão da ignorância. É conhecida ainda como protetora contra o fogo.
 

CHINESE INK PAINTING OWL
No Japão, entre o povo Ainu a coruja é reverenciada como um mensageiro dos deuses ou de um ancestral divino. Eles faziam estátuas de corujas em madeira. Estas, eram pregadas nas portas no intuito de combater a fome e a peste, uma  vez que disfrutavam dos poderes divinos. Os Ainus brindavam ao Bufo-Real antes de uma expedição ou caça, pois ela os advertiria contra o perigo.

OWL ART FROM AINU FOLKLORE

 
                                        AINU FOLKLORE WOODCARVED OWL
 
              AINU MAN WITH OWL HEAD ADORNMENT, EARLY 20TH CENTURY
Ainda no Japão, a palavra “fu kuroo 不苦労”, sem dificuldades nem preocupação, unida a palavra  “chiebukuro 知恵袋 que quer dizer sábio, se torna a designação de pequenos amuletos em forma de corujas chamados de “chie no fukuro”, que visam trazer boa sorte, a resolução de preocupações e a sabedoria a quem os porta consigo.
 

JAPANESE FUKURO OWLS
 
Nas lendas Celtas a deusa Arianrhod é associada a coruja, pois é capaz de se metamorfosear na mesma, para através de seus olhos ser capaz de ver as profundezas escuras da alma humana. A coruja simboliza a morte e a renovação, a sabedoria, a lua, a magia e iniciações. Diz-se mover com força e propósito durante a noite, o bater de suas asas dão conforto, cura e espalham consolo para aqueles que buscam a divindade.

                                                 ARIANRHOD GODDES WITH OWL



CELTIC OWL ART


CELTIC LINCHPINS  OWLS

Espanha: diz a lenda que a coruja foi uma vez a mais doce das cantoras, até que viu Jesus crucificado. Desde então, se afastou da luz do dia apenas repetindo as palavras "cruz, cruz “.
CRUCIFIXION OF CHRIST

                                                              OWL ART - SPAIN
Os Europeus medievais acreditavam que as corujas eram bruxos e bruxas, metamorfos disfarçados.

WISE WIZARD WITH HIS OWL - WOODCARVING ART
 
Na Letônia, acreditava-se que quando os cristãos adentrassem aos templos pagãos os deuses gentios fugiriam levantando vôo, em forma de corujas.

SNOW OWL STONE ART BY MARINA FRICKE, LATVIAN ARTIST
 
Na França, a coruja é o símbolo da cidade francesa de Dijon. Há uma escultura da coruja na Catedral de Notre Dame, e dizem que quem passa a mão esquerda nela ganha sabedoria e felicidade. Em Lorraine, as mulheres solteiras devem ir para a floresta encontrar uma coruja e pedir a ela que lhes encontre um marido. Os franceses também crêem que, quando uma mulher grávida ouve uma coruja é um presságio de que dará a luz a uma menina.

GOOD LOOK OWL DIJON, FRANCE

A REQUEST FOR GOOD LUCK-  DIJON, FRANCE
 
Em Israel, a coruja cinzenta é considerada como animal que traz boa sorte, especialmente se aparece em época de colheitas.


OWL FLYING OVER PLANTATION - ISRAEL
 
Na Índia, são usadas penas de coruja nas almofadas de crianças para lhes proporcionar um sono tranqüilo. Na mitologia hindu, a coruja é considerada veículo da deusa Lakshmi (deusa da riqueza) e, portanto, é considerado de sorte, se uma coruja reside perto de sua casa.
 

GODDESS LAKSHMI AND OWL
 
Em algumas culturas do Oriente Médio, a coruja é um guardião sagrado da vida após a morte, regente da noite, bem como um vidente, guardião das almas em transição de um plano de existência para outro.
Para os Abissínios (hoje Etiópia e Eritréia) a coruja era considerada sagrada.
Os Hamites consideravam a coruja sagrada.
Os Afegãos acreditam que a coruja lhes deu sílex (um minério) e ferro, para fazer fogo. Em retribuição os deuses lhe deram belíssimas penas.


                                          OWL WITH COLOURED FEATHERS


NORTHERN HAMITES
 
Na Groenlândia, o povo Inuit vê a coruja como fonte de orientação e ajuda.
 

INUIT OWL ART


Rússia
 
"Sirin" é uma criatura mitológica de lendas russas, com cabeça de mulher e corpo de ave (geralmente uma coruja). De acordo com o mito, as Sirins vivem "em terras indígenas" perto do Éden ou ao redor do rio Eufrates. 


SIRIN SUNDUK 1.710
 
Estas mulheres-pássaros são baseadas nos mitos gregos, e, mais tarde no  folclore sobre sereias. Eram geralmente retratadas com uma coroa ou com uma auréola. As Sirins cantavam belas canções para os santos, predizendo alegrias futuras. Para os mortais, no entanto, eram aves perigosas. Os homens que as  ouvissem iriam esquecer tudo na terra e segui-las para finalmente, morrer. As pessoas tentam se salvar das Sirins tocando sinos e fazendo outros ruídos altos para assustar a ave.

 
SIRIN - EARLY XIX CENTURY

Mais tarde (séculos XVII - XVIII), a imagem das  Sirins mudou e elas começaram a simbolizar a harmonia no mundo, pois vivem perto do paraíso. Acredita-se, até hoje que apenas as pessoas realmente felizes podem ouvir uma Sirin, enquanto que apenas muito poucos podem vê-las, porque ela é tão rápida e difícil de pegar: como a felicidade humana. Ela simboliza a eterna alegria e felicidade celestial.
A lenda do Sirin poderia ter sido introduzida na Rússia por mercadores persas no século 8° ao 9°. Nas cidades de Chersonesos e Kiev são freqüentemente encontradas retratadas na cerâmica ou em pingentes de ouro. Representadas nas ilustrações do Livro Gênesis, como pássaros pousados nas árvores do paraíso.
 

SIRIN - LATE XIX CENTURY
 
Para o Xamanismo, a coruja conecta todas as partes do ser, permitindo vencer o temor e aprender a qualidade da consciência do existir e do fluir em todos os níveis. O poder desse animal pode ser invocado para que a pessoa desperte a capacidade de olhar para si mesma, em busca de uma visão mais íntegra a respeito de si, ou de aspectos que ainda permanecem obscuros e precisam ser vistos. Para os xamãs, o conceito de morte atribuído muitas vezes as corujas, é apenas a "morte", no sentido de ser uma porta aberta do físico para o espiritual, mais precisamente, do mundo material temporário em que vivemos agora de volta para a fonte espiritual de onde viemos.

OWL SHAMAN

Os Dakotas viam a coruja como um espírito protetor. Os Hopis tinham a coruja como guardiã do fogo. Os índios das Pradarias adornavam seus cabelos com penas de corujas para lhes dar proteção contra os espíritos das trevas. Entre as tribos Cree e os Apaches, havia a crença de que a coruja Boreal quando vista voando convocava as almas terrenas para o mundo espiritual.
                                               NATIVE AMERICAN OWL TOTEM

NATIVE AMERICAN OWL SHAMAN - DREAMING THE OWL'S DREAM
 
Na África, a coruja é a mascote do feiticeiro Zulu. E no xamanismo africano é reverenciada por enxergar a totalidade.
As Culturas africanas vêem a coruja semelhante aos nativos americanos, anunciando-as como mensageiras dos deuses e do oculto, sendo aves companheiras de feiticeiros, magos e de bruxas. Em culturas animistas ¹ africanas, é dito que, se você vir uma coruja durante o dia, isso significa que os espíritos de seus antepassados ​​estão observando e protegendo você.
¹Animismo: designa a manifestação religiosa imanente a todos os elementos do Cosmos (Sol, Lua, estrelas), a todos os elementos da natureza (rio, oceano, montanha, floresta, rocha), a todos os seres vivos (animais, fungos, vegetais) e a todos os fenômenos naturais (chuva, vento, dia, noite); é um princípio vital e pessoal, chamado de anima (alma).
 
AFRICAN ZULU OWL MASK


Brasil
 
Na tradição guarani, o espírito "Nhamandu", o criador, manifestou-se na forma de coruja para criar a sabedoria. No dicionário, o adjetivo "corujeiro" é um tremendo elogio. Significa alguém ou algo excelente, agradável e, o melhor, disposto a tudo. Na linguagem popular, "mãe coruja" (ou avó coruja, tia coruja, pai coruja) é a mãe que acha seu filho o máximo, embora ele possa estar bem longe disso.
                                               OWL ART- GUARANI NATIVES
Algumas tribos indígenas brasileiras, principalmente os Cariris, acreditavam que essa ave de rapina era um deus disfarçado de animal. Para eles, se a ave ficasse parada observando um humano, mesmo ela sabendo que também está sendo observada por ele, o indígena seria respeitado pela tribo, pois teria sido escolhido pela coruja para guardar a tribo e seus segredos.
Na tradição Guarani, o Grande Espírito, manifestou-se na forma de um colibri e também na forma de uma coruja, criando a sabedoria.

MARAJOARA CERAMIC NATIVE ART - OWL
 


BRAZILIAN NATIVE SOAP STONE ART - OWLS

RAONI TXUCARAMAE BRAZILIAN NATIVE WITH HIS OWL TOTEM
 
Em praticamente todas as culturas antigas, solitárias criaturas noturnas são os símbolos da sabedoria interior, capacidade psíquica, e intuição, todos os quais são os traços da alma.
A coruja é um exemplo perfeito de tal criatura. Ela representa a sabedoria, sempre profundamente ligado a magia, ao xamanismo e aos sentidos aguçados ao longo dos tempos.
 

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